Lula, tô nem aí!

Tenho para mim que direita e esquerda são cara e coroa da mesma moeda. Mas que sejam sempre os mesmos a atacar o sistema judicial quando um dos seus “caras” é preso está-se a tornar monótono, né?

Vem esta prosa a propósito do apelo de vinte e dois deputados da esquerda lusa que decidiram insurgir-se contra o sistema (de outro país) e enviar ao Supremo Tribunal Federal do Brasil um abaixo-assinado exigindo a libertação do ex-presidente Lula da Silva que se encontra detido, tal como muitos outros políticos da “coroa”, por suspeita de corrupção. Claro que é difícil aceitar a vergonha em casa própria. Mas não há chancela política que liberte seja quem for da noite que se abate sobre a vida de todos nós.

A direita sempre céptica sabe disto, embora tente escondê-lo; a esquerda – filha, neta ou prima afastada de Estaline – insiste na engenharia das almas: connosco, estas desgraças são impossíveis; estamos em vias de criar, por métodos ditatoriais ou democráticos, o homem novo.

Com mais de uma centena de políticos, empresários, suspeitos de deitar a mão ao alheio, o grupo 22, a maioria representa a geringonça, apenas compromete a alma por um deles? Será que Lula é um preso político e os outros apenas f.de.p? Ladrão por ladrão, aconselho senhores deputados o do anarquista George Darien, talvez entendam, finalmente, quem andam a trair. Já agora, porque não aprendem com a história? Leiam também a "Agência de Assassínios", de Jack London, um banho frio de ética aconselhável para a época.