Rio propõe reforma da Saúde “sem complexos ideológicos”

A solução é a que sair mais barata e representar menos desperdício

O presidente do PSD, Rui Rio, propôs ontem uma reforma da saúde sem “complexos ideológicos “ entre os três atores do sistema: público, privado, e social. “Não quero saber se é público ou privado, é como mais barato”. Numa intervenção no jantar de encerramento das jornadas parlamentares, Rio começou por colocar uma pergunta: “Como é que nós servir melhores as pessoas e cumprir a Constituição da República Portuguesa?”.

“Gastamos mais de 10 mil milhões e as listas de espera subiram para 230 mil. O problema não é só atirar o dinheiro para cima”, defendeu o presidente do PSD que recebeu duas ovações dos deputados do partido, na segunda ida à Assembleia da República como líder partidário. Para Rui Rio a solução passa por garantir rácios de eficácia, maior autonomia das administrações hospitalares públicas e fiscalização. Tudo para garantir que um serviço nacional de saúde “tendencialmente gratuito”, porque quem está à espera de uma cirurgia não quer saber se será no setor público ou privado. “O que ele quer é ser operado”, atirou Rio.

No início do discurso, o presidente do PSD começou por considerar que se está numa fase de “clara viragem” e a próxima sessão legislativa será particularmente importante. Rio considerou que o dia de ontem foi “particularmente infeliz” com a ida do Ministro da Defesa ao Parlamento onde “tentou explicar o inexplicável”  sobre o assalto ao paiol de Tancos. “ Fica no ar a pergunta se não sabia”, o que para Rio é o pior dos cenários. Ainda sobre Manuel Pinho, o antigo ministro da Economia, Rio diz que o antigo governante não respondeu se recebeu dinheiro do BES enquanto ministro. “Dá-me ideia que ao não responder, respondeu”, concluiu o presidente social-democrata acrescentando que a pergunta mais importante em relação a Pinho “é o que não está no seu IRS”. Para Rio, se estivesse no lugar do ex-ministro teria todo o interesse em responder às perguntas dos deputados.

O presidente do PSD justificou ainda a abstenção do partido nas alterações ao código laboral em nome do acordo de concertação social. Mas sem qualquer compromisso se o documento for alterado na especialidade.