BPI passa de prejuízos a lucros de 366 milhões no 1º semestre

Resultados devem-se à venda de ativos no valor de 121,3 milhões e da atividade em Portugal que contribuiu com 222,5 milhões de euros. 

O BPI registou lucros de 366,1 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que compara com prejuízos de 101,7 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano passado. Trata-se, no entender do presidente executivo do banco, Pablo Forero, “um resultado muito bom”, e destacou o lucro líquido em Portugal de 222,5 milhões de euros, bem acima dos 10,7 milhões de euros do primeiro semestre de 2017 na atividade doméstica.

“Podemos olhar tranquilos para o futuro porque a equipa executiva está a alcançar os objetivos definidos há um ano”, afirmou o responsável. 

No entanto, do valor conseguido no mercado nacional há que destacar 121,3 milhões de euros conseguidos na venda de participações da Viacer (59,6 milhões de euros) e do BPI Gestão de Ativos e BPI GIF (61,8 milhões de euros).

Em relação às participações nos bancos africanos, o “BFA teve um contributo positivo de 136,3 milhões de euros (ao contrário das perdas de 115,6 milhões de euros do período homólogo de 2017), que inclui os impactos do reconhecimento da participação no BFA de acordo com as IAS 29 e da desvalorização do kwanza”. Já o BCI contribuiu com 7,1 milhões de euros, diz o banco liderado por Pablo Forero.

Produto sobe

O produto bancário recorrente em Portugal aumentou 8,3% em termos homólogos para 355,3 milhões de euros. Um resultado para o qual contribuiu o crescimento da margem financeira em 7,6% para 207,2 milhões de euros. Mas também uma subida de 9,4%, em termos homólogos, das receitas de comissões líquidas para 134,6 milhões de euros, “fruto de uma maior atividade comercial do BPI em todos os segmentos de negócio, face ao período homólogo do ano anterior: comissões bancárias (+9,6%) e intermediação de seguros (+8,8%)”.

Também os depósitos de clientes aumentaram 1445 milhões de euros (+7,5%), “reflexo do aumento da atividade comercial”, totalizando mais de 20 mol milhões de euros. Um número que, segundo a instituição financeira liderada por Pablo Forero permitiu contrabalançar a descida nos depósitos de investidores institucionais e financeiros – que registaram uma quebra de 40% – “o que resulta de uma política ativa do BPI de redução da oferta destes produtos com o objetivo de otimização dos rácios de liquidez”. 

O volume total de crédito a empresas e famílias também aumentou durante os primeiros seis meses do ano: cresceu 593 milhões de euros, para 7761 milhões de euros, no caso das empresas, enquanto a contratação de novo crédito hipotecário ascendeu a mais de 700 milhões. Já os custos de estrutura recorrentes, excluindo custos extraordinários, o banco registou uma queda de 3,7%.

Recorde-se que, o BPI vendeu o seu conjunto de edifícios na Baixa de Lisboa, que ocupa um quarteirão inteiro, por mais de 66 milhões de euros a um fundo internacional. “Vendemos para aproveitar uma situação de mercado muito interessante”, revelou o responsável.