Lucro do BCP sobe quase 70% para 150,6 milhões de euros

Este resultado deve-se, em grande parte, à evolução muito favorável do resultado da atividade em Portugal (contributo de 59,0 milhões de euros nos primeiros seis meses. Comissões cobradas aos clientes avançaram 3% para 340,2 milhões de euros.

O BCP apresentou um resultado líquido de 150,6 milhões de euros no primeiro semestre, um crescimento de 67,5% face aos 89,9 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior.

Este resultado deve-se, em grande parte, à evolução muito favorável do resultado da atividade em Portugal (contributo de 59,0 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2018, comparando com 1,6 milhões de euros no mesmo período de 2017), assim como pelo aumento de 3,1% do resultado da atividade internacional (de 87,1 milhões de euros no primeiro semestre). "Esta evolução beneficia dos desempenhos positivos das operações na Polónia e em Moçambique, não obstante o menor contributo do Banco Millennium Atlântico, influenciado pelo impacto negativo decorrente da aplicação da IAS 29", revela a instituição financeira agora liderada por Miguel Maya. 

A margem financeira fixou-se nos 687,7 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2018 (678,5 milhões de euros apurados em igual período do ano anterior), apoiada no bom desempenho da atividade internacional. Já na atividade em Portugal, a margem financeira situou-se nos 384,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2018 comparando com 390,2 milhões de euros relevados no semestre homólogo do ano anterior.

"Esta evolução foi condicionada pela redução dos juros das carteiras de crédito e de títulos, não obstante a diminuição registada pelo custo do funding, associada designadamente à manutenção da tendência de decréscimo dos custos dos depósitos a prazo e ao reembolso da parcela remanescente dos CoCos no primeiro trimestre de 2017. Na atividade internacional, a margem financeira evidenciou um crescimento de 5,1%, ao comparar com os 288,3 milhões de euros registados nos primeiros seis meses de 2017, ascendendo a 302,9 milhões de euros no mesmo período de 2018, merecendo particular destaque o desempenho da subsidiária na Polónia", salienta o banco. 

Comissões ultrapassam os 300 milhões 

As comissões líquidas atingiram 340,2 milhões de euros no primeiro semestre de 2018, o que representa um crescimento de 3,0% face aos 330,3 milhões de euros alcançados nos primeiros seis meses de 2017, "determinado essencialmente pelo desempenho favorável da atividade em Portugal, cujas comissões aumentaram 3,9%, mas também pelo contributo da atividade internacional, que registou uma subida de 1,1% face ao primeiro semestre de 2017, alicerçada na operação polaca".

"A evolução das comissões líquidas no primeiro semestre de 2018 reflete o crescimento quer das comissões bancárias, quer das comissões relacionadas com os mercados financeiros que subiram 2,5% e 5,3% respetivamente, face aos valores registados no período homólogo do ano anterior. Este desempenho foi impulsionado pela atividade em Portugal e, no que respeita às comissões relacionadas com os mercados financeiros, também pela atividade internacional", acrescenta o BCP.  

Custos também subiram

Os custos com o pessoal totalizaram os 281,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2018, tendo aumentado 6,3% face ao montante apurado nos primeiros seis meses do ano anterior, induzidos pelo maior nível de custos suportados tanto na atividade em Portugal, como na atividade internacional. "Na atividade em Portugal, não obstante a diminuição de 152 colaboradores face a 30 de junho de 2017, os custos com o pessoal, excluindo o impacto dos itens específicos, registaram um aumento de 6,2% relativamente ao primeiro semestre de 2017, cifrando-se em 179,4 milhões de euros no mesmo período de 2018, evidenciando a decisão do conselho de administração do banco no sentido de terminar antecipadamente, com efeitos a partir de 30 de junho de 2017, o período de ajustamento temporário de rendimento que vigorou desde julho de 2014, na sequência do reembolso integral dos CoCos", justifica a instituição financeira.

Os recursos de clientes somaram 5,9% para 72,5 mil milhões de euros em Junho, face ao homólogo, sobretudo devido aos depósitos à ordem. Já o crédito a clientes bruto decresceu 2,4% para 50,5 mil milhões de euros, com quebras nos empréstimos à habitação e também a empresas.

As outras imparidades e provisões cifraram-se em 59 milhões de euros, revelando uma diminuição significativa face aos 110,3 milhões de euros contabilizados em igual período do ano anterior, "evidenciando o menor nível de provisionamento requerido pelos outros ativos financeiros e não financeiros do grupo".

Em termos de capital, o rácio de capital CET1 fixou-se em 11,7%, mais do que os 11,3% há um ano.