Bruno de Carvalho. ‘O ataque a Alcochete foi um crime brilhante’ | Vídeo

O primeiro presidente do Sporting destituído em AG refuta o rótulo de bélico, insiste na ilegalidade das comissões que gerem agora o clube e promete tudo fazer para mostrar que o crime não compensa.

Confirmou esta segunda-feira ter impugnado a Assembleia-Geral de dia 23 de junho, onde foi destituído da presidência do Sporting. Como está esse processo? Acredita que será candidato às eleições de 8 de setembro?

Sim, acredito que serei candidato às eleições de 8 de Setembro. Em relação ao processo, tem de ver perante o juiz a quem calhou.

Ainda que a AG venha a ser considerada ilegal, a verdade é que os resultados foram inequívocos contra si. Como os interpreta?

Quem viveu a AG verificou que das dezenas de intervenções que foram feitas, apenas cinco foram contra. Por isso, independentemente do que eu acho dos resultados, se foi 71-29 ou 60-40, deu uma palavra inequívoca sobre a vontade maioritária dos sócios. Que às vezes pode não coincidir com a vontade dos votos. Quando temos a maioria das pessoas a favor da continuidade de um presidente, devemos ter algum cuidado. Era de elementar bom tom, em primeiro lugar, aquela AG não ter sido feita naqueles moldes. E, em segundo lugar, não estarmos com processos disciplinares para tentar afastar pessoas de eleições, até porque aquilo que se pretende é calma, paz, unidade e coesão. Há uma leitura política: muito mais do que metade dos sportinguistas que ali estavam queria a manutenção do presidente.

Assim sendo, como é que esses números se justificam?

Quando existem associados que têm 2 votos e outros 25, isto diz tudo. Tenho 46 anos, você não, mas tem os mesmos votos que eu para o Presidente da República. Não estou a dizer que sou apologista disso, acho que deve haver alguma diferenciação. Já vi documentos que diziam que cerca de 12 mil e tal associados tinham votado a favor da não-destituição e cerca de três mil a favor da destituição. Está a ver a disparidade!

Ainda relativamente à AG, algumas pessoas sentiram-se intimidadas – vimos na televisão imagens de insultos e tentativas de agressão a Álvaro Sobrinho. Como explica esse clima de hostilidade em relação aos seus adversários?

Não podemos generalizar – ao fazê-lo você está a querer rotular os apoiantes de Bruno de Carvalho e isso não é bonito. Álvaro Sobrinho dirigiu-se a associados dizendo: ‘O Bruno de Carvalho já foi com o… (um palavrão parecido com o meu nome) e os próximos são vocês’. Isso originou ali uma altercação que foi de imediato parada. Se você fosse ofendido num sítio qualquer, também acho que reagiria…

Mas esse não foi o único caso de que tive conhecimento. Ouvi também que uma pessoa que abandonou a sua direção teve de procurar proteção policial porque se sentiu ameaçada…

Olhe, eu não ouvi absolutamente nada nem vi violência nenhuma. Vi uma série de intervenções de pessoas a favor da não-destituição, vi nas imagens Álvaro Sobrinho a ser extremamente indelicado com sócios do Sporting e vi seguranças por parte de alguém que pertenceu à minha direção em 2013 agredirem quatro sócios, um dos quais com cerca de 70 anos. Podemos continuar nesta tentativa de colocar que os adeptos do Bruno de Carvalho são muito bélicos, mas não acho que seja justo.

Falando para leigos: como estavam as finanças do Sporting quando deixou a presidência?

Excelentes, já viu que já há oito candidatos?

Não quer dizer que elas estejam fantásticas…

Ai quer dizer, quer. Quando o Sporting devia 500 milhões, quem avançou? Eu tinha zero nas contas bancárias em 2013 e aí sim com os atletas a poderem rescindir todos com justa causa.

 

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