Tenho Facebook, mas às vezes causa-me arrepios!

Um destes dias recebi um vídeo onde se dizia que quem não tem Facebook não existe. Eu tenho Facebook, claro! Quero existir, quero viver, quero partilhar, quero fazer amigos, quero meter ’like’ na vida dos outros! Mas, muito a sério, isto do Facebook causa arrepios. A sua utilização desenfreada, os gostos que partilhamos com todos,…

Um destes dias recebi um vídeo onde se dizia que quem não tem Facebook não existe. Eu tenho Facebook, claro! Quero existir, quero viver, quero partilhar, quero fazer amigos, quero meter ’like’ na vida dos outros!

Mas, muito a sério, isto do Facebook causa arrepios. A sua utilização desenfreada, os gostos que partilhamos com todos, dizem muito sobre nós – e, como se tem visto em escândalos sucessivos, muitos dos nossos hábitos tornam-se estranhamente apetecíveis para algumas vorazes ‘sanguessugas’, com consequências imprevisíveis.

Arrepia ver gente a dizer a toda a gente por onde anda, o que come, com quem anda, com quem passeia. Pergunto simplesmente: mas afinal que temos nós a ver com isso? Será necessidade de pessoas traumatizadas que se querem afirmar perante terceiros por ostentação? Será apenas uma vaidade comezinha sem outras razões por detrás? Quanto de tudo isto será verdadeiro ou simples aparência?

Há algo que vou lendo e receando: os amigos da onça por detrás de falsos perfis que se vão introduzindo na confiança dos mais jovens, com perfídia antes inimaginável mas hoje por demais vulgar. É chocante saber a partilha de fotografias íntimas na internet, iniciada em amizades no Facebook. Trata-se de mais um exemplo de uma ideia genial que a malvadez do ser humano adulterou, proporcionando abusos moralmente e socialmente condenáveis.

Retomo o fio à meada do início para dizer que, embora tendo Facebook, apenas o utilizo de forma escassa, mesmo parcimoniosa. Ainda assim, estou sempre sujeito a situações que me incomodam – como pessoas nossas conhecidas que, sem pedir autorização aos ‘modelos’, publicam fotos deles, sejam privadas ou públicas.

Podemos voltar para trás? Claro que não. Mas falta nisto tudo um código de conduta que tem de se iniciar na escola, junto dos mais novos, para sua própria defesa. As aulas de informática (e sua melhor utilização) têm de fazer parte dos programas educacionais, desde muito cedo e de forma continuada, como autodefesa da sociedade. Em vez de andarem a fazer e desfazer programas de Educação com base em critérios políticos, consoante foram iniciados pelos ‘nossos’ ou pelos ‘outros’, que tal um pacto de regime para defender o conhecimento e a própria sociedade?

P.S. – Salvé Teodora Cardoso e o seu Conselho de Finanças Públicas, novamente com oportunas chamadas de atenção para tentações eleitoralistas que se avizinham e que podem comprometer o equilíbrio das finanças públicas a médio prazo. Prazo esse que será tanto mais curto quanto os receios agora divulgados neste alertas se materializem.