Especialista deixa alerta: Gaivotas são problema de saúde pública

O presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISUP) diz que as gaivotas são um problema de saúde pública e pede que as pessoas parem de as alimentar.

Henrique Barros, o presidente do ISUP, afirma que “as aves não são infelizes” e que não é necessário dar-lhes comida “à mão”, defendendo que é mesmo preciso que haja uma intervenção junto da população para que o lixo seja colocado nos sítios certos.

"Se as pessoas tivessem cuidado de colocar o lixo nos sítios em que deve ser colocado, e depois os municípios tivessem o cuidado de o recolher convenientemente, e se as pessoas não promovessem a alimentação à mão às gaivotas," era uma forma de controlar o fenómeno, considera o investigador.

No entanto, Henrique Barros refere que não é caso para alarmismos, mas que a prevenção deve ser tida em conta.

"Não vale a pena fazer alarmismo, isto não é como o caso dos morcegos para aquela doenças infecciosas graves de África ou não é como a raiva. Não estamos a falar de coisas destas, mas é possível que havendo um grande desequilíbrio ecológico se criem condições para algumas dessas espécies [como as gaivotas] possam transformar-se em portadores de agentes infecciosos", disse à Lusa.

"O que nós sabemos hoje em dia, isso é muito claro, é que quando mexemos nos equilíbrios ecológicos criamos problemas" portanto, ao fazer isso "criam-se condições para que possa ser introduzido ou que circule um agente que nós não estávamos à espera", explica Henrique Barros.