Hospital Santa Maria. CHLN afirma que nunca recebeu queixas de médicos por horas extra

“Encaramos esta atitude da Ordem, que, tal como outras, tomámos conhecimento pela comunicação social, com a tranquilidade de quem tem a consciência tranquila”

Na sequência de um pedido de averiguação pela Ordem dos Médicos, a administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) afirmou este sábado que nunca recebeu queixas de médicos por horas extra e acrescentou ainda que esta é uma questão que é gerida pelos diretores de serviço, de acordo com a Agência Lusa.

"Nós cumprimos a legislação e pagamos de forma irrepreensível aos nossos profissionais todo o trabalho extraordinário que é prestado (…) Os hospitais têm reduzida autonomia, uma das áreas em que temos é a gestão do trabalho e das horas. A questão da gestão da bolsa de horas não é feita pelo conselho de administração, está delegada nos diretores de serviço. A bolsa de horas é aferida de dois em dois meses, sendo feita uma análise da bolsa de horas. Se os diretores de serviço entenderem que deve manter-se, ela mantém-se. É uma competência delegada nos diretores de serviço" disse Carlos Martins, presidente da administração do CHLN, do qual fazem parte os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, em declarações à Lusa.

Recorde-se que, há cerca de duas semanas, após uma visita ao hospital Santa Maria, o bastonário da Ordem dos Médicos Miguel Guimarães afirmou que havia encontrado uma situação muito grave relativamente às horas extra cumpridas pelos médicos internos e que, ao fim de dois meses, essas horas desapareciam do sistema.  

“Encaramos esta atitude da Ordem, que, tal como outras, tomámos conhecimento pela comunicação social, com a tranquilidade de quem tem a consciência tranquila. Pensámos que tínhamos conseguido explicar ao senhor bastonário esta situação aquando da sua última visita ao centro hospitalar (…) O senhor bastonário voltou a ter uma opinião que não está correta. A Inspeção-geral das Atividades em Saúde e a Inspeção-geral das Finanças irão averiguar e, provavelmente, o senhor bastonário terá a elegância de nos pedir desculpa quando constatar que as suas dúvidas não faziam sentido", disse Carlos Martins.