Padel Nations Cup by Barral. Espanha com primeiro título. Portugal vice-campeão

Miguel Oliveira e Vasco Pascoal jogaram bem, mas o ritmo muito superior de Juan Martín Diaz e Aday Santana veio ao de cima. Argentina assegurou o terceiro lugar sobre o Brasil  

A Espanha venceu pela primeira vez a Padel Nations Cup by Barral, ao vencer Portugal na final, na Vale do Lobo Tennis Academy, no Algarve.
 
Miguel Oliveira, o melhor português no ranking mundial (70.º) e Vasco Pascoal (97.º) atuaram em bom nível, mas o muito superior ritmo de jogo de Juan Martín Díaz (14.º), um ex-n.º1 mundial durante 13 anos, e Aday Santana (35.º) ficou perfeitamente expresso nos parciais de 6-4 e 6-2, favoráveis aos espanhóis.
 
A final teve algum equilíbrio nos primeiros quatro jogos (2-2), embora com Portugal a salvar vários pontos de break, mas depois dos espanhóis se adiantarem para 3-2 num jogo de serviço de Miguel Oliveira, a sua superioridade foi-se cimentado. Sobretudo no segundo set, em que Espanha averbou dois breaks, com Portugal a acusar já o desgaste físico inerente ao elevado ritmo imposto pelos adversários.
 
Portugal sagrou-se, assim, vice-campeão desta quarta edição do torneio organizado pela Premier Sports, marcando pela primeira vez a presença na final.
 
Espanha já tinha sido finalista em 2016, mas conquistou agora o seu primeiro título na prova, beneficiando da estreia de Juan Martín Díaz, um dos melhores jogadores de sempre, e do acerto e da excelente forma física de Aday Santana.
 
O 3.º lugar foi atribuído à Argentina, a equipa campeã do ano passado, que contou com o campeoníssimo Fernando Belasteguín, o famoso “Bela” que é n.º1 mundial há 16 anos, e do carismático Gonzalo “Gogo” Díaz (30.º).
 
Os argentinos venceram por 6-4 e 6-4 o Brasil de Pablo Lima (con.º1 mundial com “Bela”) e Gervásio del Bono, um dos melhores jogadores brasileiros de sempre e o atual selecionador nacional de Portugal.
 
Foi uma ocasião única para se ver um frente a frente entre os dois n.º1 mundiais, Pablo Lima e Fernando Belasteguín, que no World Padel Tour constituem a melhor dupla do mundo. «A última vez que jogámos um contra o outro foi em 2015», recordou “Bela”.
 
A lotação de mil lugares esgotou nos dois dias de prova, provando ter sido acertada a decisão de transferir o torneio em 2018 de Vilamoura para Vale do Lobo.
 
Na cerimónia de entrega de prémios estiveram presentes Carlos Carmo, vereador da Câmara Municipal de Loulé; Pedro Reimão, do Conselho de Administração do Vale do Lobo Resort; e Pedro Frazão, presidente da Premier Sports e diretor de torneio.
 
Declarações dos finalistas
 
Miguel Oliveira (Portugal)
 
«É muito difícil, a bola anda realmente muito rápido, ele joga muito bem, toma muito boas decisões. É uma forma de aprender, de ganhar ritmo para depois no circuito internacional poder jogar de igual para igual com jogadores do meu nível ou um bocadinho mais acima.
 
«O Vale do Lobo Grand Champions era um palco grandíssimo e esperemos que o padel possa crescer para ser tão grande como era o Grand Champions e estou muito contente de ter podido fazer este resultado com o Vasco, com tantas pessoas que vieram de propósito ver-nos».
 
Vasco Pascoal (Portugal)
 
«Eles estão “uns furinhos” acima de nós (risos). Logo nos primeiros jogos sentimos que o ritmo iria ser bem elevado, mas penso que fizemos um bom jogo e acima de tudo um bom torneio. Damos os parabéns ao Juan e ao Aday, foram justos vencedores, é um orgulho jogar com eles, principalmente diante de tanta gente, dos nossos amigos, família, Federação Portuguesa de Padel, espero que tenham desfrutado tanto como nós que voltem para o ano para apoiar-nos ou a outros que venham jogar.
 
«Nós também sentimos a nossa evolução, este ano temos estado a treinar com a ajuda do Gervásio del Bono, tem sido uma ajuda cinco estrelas, e temos sentido melhorias no nosso jogo, principalmente o Miguel que está a fazer uma excelente época lá fora. É bom para nós e para o padel português».
 
Aday Santana (Espanha)
 
« Já estava na hora de ganhar o torneio mas este ano tiveram de chamar o Juan Martín para jogar comigo para que eu ganhasse. O Juan Martín é um ídolo de há muitos anos e na atualidade porque é um jogador único e não haverá outro como ele no que se refere ao seu estilo de jogo. É admirável que continue a jogar.
 
«Os portugueses deram um salto qualitativo impressionante. Há três anos que jogo este torneio e o nível que apresentaram este ano foi muito diferente e parece-me que estão no caminho certo para chegarem ao topo».
 
Juan Martín Díaz
 
«Este torneio é espetacular. Oxalá houvesse muitos Pedro Frazão pelo Mundo fora a animarem-se a fazer estas lindas loucuras, para mostrar melhor o padel e chegarmos aonde ainda não fomos.
 
«Para mim o importante não é ganhar o campeonato mas sim ver isto à minha volta, ver que o torneio cresce, que os jogadores portugueses estão a jogar 100% melhor do que no ano passado, que cada vez há mais jogadores e mais clubes. Se voltar a ser convidado, virei para o ano e tentarei vir com a família porque este é um local espetacular para uns dias de férias».