Banca. Suécia abre a porta a despedimentos para pôr robôs

O Nordea distinguiu-se de todos os outros por ter conseguido reduzir os custos. CEO da instituição fala em substituir as pessoas em tudo

A banca continua a fazer de tudo para conquistar lucros de tempos antigos. Despedimentos e fecho de balcões têm feito parte da fórmula mais comum, mas há quem aposte em alternativas. Na Suécia, no Nordea, o plano é ousado, mas muitos estão de olho na estratégia que promete revolucionar a área. Este foi o único banco que conseguiu reduzir os custos e o futuro passa por substituir os bancários por robôs. 

O Nordea registou uma queda de 11% nos custos totais no segundo trimestre em relação ao período homólogo. O número de funcionários desceu 8%, para cerca de 29 300.

Segundo Casper Von Koskull, CEO da instituição, o setor financeiro poderá ficar com apenas metade da sua atual força de trabalho daqui a uma década. Ou até menos. 

A verdade é que cada vez mais bancos estão atentos ao plano do Nordea. No SEB banka, por exemplo, o CEO Johan Torgeby diz agora que “tudo o que puder ser automatizado será automatizado”. 

A prova de que muitos bancos têm estado de olho na tecnologia para este fim está no facto de, no meio de tantos despedimentos, existirem contratações de especialistas em tecnologia e cientistas da computação. 

No início do ano, o discurso de Koskull tinha como ponto principal o facto de ser urgente entender “que o setor, tal como muitos outros e a própria sociedade, estão a passar por uma enorme mudança”. “E precisamos de estar preparados para isso”. 

Robôs no nosso lugar? Claro Vários investigadores têm chamado a atenção para a rapidez com que a automatização tem mudado o mercado de trabalho. E avisam: em poucos anos, metade dos postos de trabalho do mundo poderá já ter desaparecido. 

Há muito que já nem pensamos em toda a tecnologia que nos rodeia. As notícias parecem boas e sucedem-se. Há computadores que aprendem e são apresentados robôs que são cada vez mais capazes de fazer diversas tarefas. Mas também se multiplicam alertas para a ameaça que toda esta tecnologia pode representar para os humanos. Até porque o paradigma da sociedade atual está cada vez mais a braços com a crescente automatização. De tal forma que investigadores da Universidade de Oxford estão convencidos que não faltam mais do que 25 anos para que o mercado de trabalho mude completamente. De acordo com os resultados de um dos estudos mais recentes, metade dos postos de trabalho podem desaparecer em apenas duas décadas e meia. Tudo fruto de uma verdadeira revolução tecnológica a que já começámos a assistir.

Mas não é apenas da Universidade de Oxford que surgem os alertas. São vários os investigadores que têm abordado o tema e que chegam às mesmas conclusões. E esta realidade apenas vem somar-se a cenários de vários filmes e livros que, muitas vezes, não achámos que fossem mais do que ficção científica. Algumas previsões chegam mesmo a apontar para uma taxa de desemprego a rondar os 30% em todos os países desenvolvidos. E desengane-se quem pensa que só os setores tradicionalmente tecnológicos é que aparecem nestas contas. De acordo com os investigadores, nenhum governo “está preparado” para esta grande mudança e para as consequências que lhe estão associadas. Contabilistas, advogados, médicos e até professores não estão a salvo, já que “os computadores serão capazes de analisar e comparar grandes conjuntos de dados”. Muitos preveem também que os computadores se tornem cada vez mais capazes de eliminar a margem de erro que existe na maioria das profissões.