CP. Governo nega “situação de colapso” alegada pelo PSD/CDS-PP

O secretário de Estado das Infraestruturas acusa a oposição de estar a “criar um caso que não existe”

O secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’Oliveira Martins, reagiu hoje ao pedido do CDS-PP sobre a “situação de colapso” na CP – Comboios de Portugal. O Governo rejeitou o cenário de colapso da empresa de transportes e acusa o PSD/CDS-PP de estar “a criar um caso que não existe de todo”.

A situação de falência proclamada pelos partidos políticos PSD/CDS-PP tem como fundamento as alterações temporárias nos horários dos comboios das linhas de Cascais, Sintra, Norte e Oeste – que está em vigor desde domingo – e a suspensão da venda de bilhetes para as viagens de longo curso, devido ao aumento das temperaturas no último fim de semana – situação que já se encontra regularizada.

No que diz respeito à questão dos horários, Guilherme Waldemar d’Oliveira Martins relembra que são “alterações sazonais que têm a ver com as necessidades de manutenção da EMEF [oficinas da CP]”. Acrescenta ainda que a situação já foi sentida em 2015 e que no dia 9 de setembro deste ano tudo voltará à normalidade. Quanto ao cancelamento da venda de bilhetes de longo curso no domingo, o secretário de Estado das Infraestruturas encara como uma situação “excecional relacionada com a meteorologia” e nega a perda de qualidade de serviço.

Além destas questões, os transportes ferroviários já apresentavam alguns problemas na falta de mão de obra na EMEF, na idade dos comboios e no número que está em circulação, declarou o vice-presidente do CDS-PP, Adolfo Mesquita Nunes, em conferência de imprensa.

Perante este cenário, o Bloco de Esquerda e o PCP tem estado em silêncio absoluto, sendo considerados, por Adolfo Mesquita Nunes, a “maioria de esquerda silenciosa”.

O vice-presidente do CDS-PP acredita que a posição tomada pela esquerda se deve ao facto de se tratar de “uma empresa pública”. Pois caso fosse privada, afirmou, os dois partidos em questão estariam “a distribuir panfletos nas estações” e “a exigir a nacionalização” da empresa.