Cristas culpa Costa por “colapso dos serviços públicos”

Assunção Cristas partiu hoje para o Algarve de comboio, mas antes esteve reunida com a comissão executiva do CDS  para “avaliar o colapso dos serviços públicos”

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu que o país vive um "colapso dos serviços públicos", especialmente nos setores da saúde e dos transportes, e responsabilizou diretamente o primeiro-ministro pela situação.

"O responsável máximo pela degradação dos serviços públicos, pela degradação na saúde, agora pela quebra no investimento público, a degradação na ferrovia e dos comboios, tem um nome, chama-se António Costa e é primeiro-ministro", afirmou Assunção Cristas, em conferência de imprensa, na sede do CDS-PP, em Lisboa.

A comissão executiva dos centristas reuniu hoje para "avaliar o colapso dos serviços públicos", antes de Assunção Cristas partir para o Algarve de comboio.

Questionada sobre um eventual pedido de demissão dos ministros da Saúde e do Planeamento, Assunção Cristas voltou a frisar que a responsabilidade máxima é do primeiro-ministro."Todos os outros [ministros] são coadjutores nesta responsabilidade política máxima, que é do primeiro-ministro".

"Faz orçamentos que procuram agradar, executa orçamentos que só agradam a Mário Centeno e, certamente, a Bruxelas, tão diabolizada noutros tempos pelo PCP e pelo BE", defendeu.

Assunção Cristas salientou ainda que António Costa "optou por governar com as esquerdas encostadas, governar com as esquerdas radicais, para fazer os seus jogos e manter-se no poder, mesmo sabendo que isso poderia significar um sacrifício à mesa do Orçamento por parte de muitos setores de serviços públicos no nosso país".

"O CDS já propôs uma moção de censura ao governo. Essa moção de censura foi por uma razão muito específica [incêndios de 2017], mas posso dizer que não mudámos de opinião em relação a este Governo", declarou.

A presidente centrista desafiou ainda o governo a dar explicações sobre a situação nos serviços públicos, admitindo pedir uma reunião da comissão permanente da Assembleia da República ainda em agosto, caso esses esclarecimentos não forem dados, "porque as situações de urgência não podem esperar por setembro".

"Instamos o Governo, já agora o senhor primeiro-ministro, que veio falar sobre incêndios, que dê explicações sobre este colapso dos serviços públicos, que dê explicações sobre a quebra imensa de investimento público e o plano de ação que tem de apresentar para recuperar um atraso evidente", declarou.

Depois da reunião da comissão executiva e da conferência de imprensa, Assunção Cristas regressou ao Algarve de comboio e partiu, sozinha, da estação de Entrecampos. Antes de entrar na carruagem, a líder do CDS-PP fez um depoimento em vídeo – que publicou no Facebook – em que afirmou querer ter a experiência e verificar as condições em que os portugueses viajam de comboio.

Antes, na sede do partido, disse aos jornalistas que, tendo deixado a família no Algarve de férias, regressar de comboio seria "a maneira mais barata" de fazer a viagem sozinha.