Sonangol prepara venda da posição na Galp

A petrolífera angolana quer concretizar o negócio o mais depressa possível. O preço é a chave para o negócio e a empresária Isabel dos Santos pode ser o maior entrave 

A venda da participação da petrolífera angolana na Galp já está em curso. A Sonangol está a negociar com grandes companhias internacionais do setor com presença em Angola e pretende que a negócio seja concretizado o quanto antes.

Segundo avança o Jornal Económico, o preço pode ser a chave para a conclusão deste negócio que espera pela aprovação da família Amorim com a qual partilha interesses na Galp.

Esta saída da Sonangol prende-se com fatores estratégicos da petrolífera do estado angolano, que passa por vender empresas participadas e uma politica de desinvestimento. A Sonangol entrou na Galp em 2006, mas agora o principal objetivo é o de se transformar numa Agência Nacional de Petróleos, abandonar a produção de petróleo e dedicar-se exclusivamente à atribuição de concessões e regulação do setor petrolífero no mercado angolano.

Para isso, a atual direção da Sonangol precisa de vender ativos para conseguir chegar a 2019 com saldo positivo, no valor de quatro a cinco milhões de dólares.

De acordo com o “Negócios”, o maior entrave a este negócio chama-se Isabel dos Santos, depois da empresária mostrar intenção de continuar como acionista da empresa portuguesa quando surgiram as primeiras noticias deste negócio.

A empresária que detém 15% da Galp não está a passar por um bom momento nas relações com o governo angolano liderado por João Lourenço. Isabel dos Santos foi exonerada da presidência do conselho de administração da petrolífera, pelo chefe de Estado, depois deste ter alegado “conveniência de serviço” como justificação. A empresária foi também acusada por Carlos Saturnino, sucessor na liderança da Sonangol, de ter retirado dinheiro dos dividendos da Galp.

A Sonangol tem uma posição indireta na Galp de 33,34% através da Amorim Energia. Esta é detida em 55% pela família Amorim e 45% pela Esperanza, que tem como acionistas a Sonangol com 60% e Isabel dos Santos com 40%. Contas feitas, a Esperanza detém 15,75%  da Galp, o que equivale a cerca de 2,2 mil milhões de euros a preços de mercado.