Reino Unido. Atentado terrorista fere três pessoas em Westminster

Um homem de 29 anos avançou contra ciclistas e peões que passavam perto da zona de segurança do parlamento britânico

Reino Unido. Atentado terrorista fere três pessoas em Westminster

Num dos já conhecidos modi operandi dos atentados terroristas em solo europeu, um homem, de 29 anos e oriundo de Birmingham, avançou ao volante de um carro contra ciclistas e peões que passavam nas proximidades da zona de segurança do Parlamento, ferindo três pessoas, até embater nas barreiras de segurança que protegem o Parlamento britânico. 

Tudo aconteceu por volta das 7h40m (a mesma hora em Portugal continental), com as autoridades a responderem ao alerta com a maior brevidade possível. Mais de dez carros da polícia e pelo menos três ambulâncias acorreram de imediato ao local. 

Quando as primeiras unidades da polícia chegaram à zona de segurança, o homem ainda se encontrava no interior do veículo e foi detido. Depois, as autoridades vedaram o acesso à Praça do Parlamento e aos jardins das Torres Millbank e Victoria por precaução. A estação de metro de Westminster também foi encerrada, exceto para transbordos. 

“O homem avançou a grande velocidade em direção às barreiras [de segurança]. Eu estava a caminhar no outro lado [da rua]. Ouvi algum barulho e alguém a gritar”, contou Ewalina Ochab ao jornal britânico “Guardian”, referindo que o carro parecia não ter a placa de matrícula frontal. 

Não é a primeira vez que o local é alvo de um atentado terrorista, com quem lá passa todos os dias a saber o que fazer nessas situações. Foi o caso de Sam Goodman, que trabalha para o grupo parlamentar do Partido Trabalhista. “É como se nada fosse, estivemos nesta situação no passado. É um bocado tenso, mas as pessoas sabem o que devem fazer. A polícia foi muito rápida a responder”, explicou. 

“Dado que parece ser um ataque deliberado e o método usado e o local, estamos a considerar o incidente como atentado terrorista”, disse o chefe da unidade contraterrorista da Scotland Yard, Neil Abu, aos jornalistas. As autoridades anunciaram ainda que o homem, já identificado mas cuja identidade não revelaram, não estava referenciado pelas forças de segurança. 

À semelhança de atentados terroristas anteriores, o gabinete de crise da primeira-ministra britânica, Theresa May, reuniu-se de emergência às 14 horas em Downing Street para analisar a situação.

“Os meus pensamentos estão com aqueles que ficaram feridos no incidente em Westminster e agradeço aos serviços de socorro pela sua resposta corajosa e imediata”, escreveu a primeira-ministra britânica na rede social Twitter. E como se já fosse um ritual pós-atentados terroristas, o presidente norte-americano, Donald Trump, reagiu na mesma rede social escrevendo que “estes animais são loucos e deve-se lidar com eles com força e dureza”. 

Este é o segundo atentado terrorista a ter como alvo a zona de proteção do Parlamento britânico e o terceiro com este modus operandi em solo britânico. Em março de 2017, Khalid Masood conduziu um carro contra uma série de peões na Ponte de Westminster, matando cinco pessoas e ferindo uma dúzia, antes de o abandonar e se dirigir ao agente Keith Palmer, que se encontrava a guarda o palácio, e de o esfaquear. Poucos dias depois, a agência de notícias do autoproclamado Estado Islâmico reivindicou o atentado, afirmando que Masood era um “soldado” da organização terrorista. 

Poucos meses depois, em junho de 2017, um outro atentado terrorista apanhou a sociedade britânica de surpresa. Três atacantes avançaram com uma carrinha contra peões na Ponte de Londres, embatendo na margem sul do rio Tamisa. Depois prosseguiram a pé até ao mercado de Borough, esfaqueando pelo caminho quem encontravam até serem abatidos pelas autoridades. O Estado Islâmico reivindicou o atentado.