Será que o termo médico “vagina” é ofensivo?

Site de saúde Healthline utilizou o termo “buraco da frente” para incluir as pessoas transexuais que “não se identificam com os rótulos da comunidade médica atribui aos genitais”

O guia que o site de saúde Healthline publicou está a ser muito polémico. E tudo por causa de uma palavra que não está lá. No documento, que tinha como intuito chegar à comunidade LGBTI, a terminologia médica “vagina” foi substituído pelo termo “front hole” (em português buraco da frente).

O objetivo da organização era incluir as pessoas que não se identificam com a palavra aplicada aos seus genitais. “Para os fins deste guia, vamo-nos referir à vagina como ‘buraco da frente’ em vez de usar apenas o termo médico ‘vagina’”, pode ler-se no artigo. Porquê? Porque “esta é uma linguagem de género inclusiva que considera o fato de que algumas pessoas trans não se identificam com os rótulos que a comunidade médica atribui aos genitais”, explicam.

A nova terminologias tem por base um estudo desenvolvido pela BMC Pregnancy and Childbirth que concluiu que dez homens transexuais recomendaram a alteração de termos como “breastfeeding” (que traduzido a letra é alimentar com a mama) para “chestfeeding” (ou alimentar com o peito).

No entanto o novo termo “buraco da frente” provocou muitas críticas entre os utilizadores, levando a associação médica a mudar o texto e a responder à polémica. “‘Buraco da frente’ é um dos vários termos aceites para a genitália que usamos especificamente para certos membros da comunidade trans que se identificam com ele. Em nenhum momento neste guia estamos a afirmar que queremos substituir a palavra vagina”, pode ler-se na resposta da Healthline.