Governo espanhol aprova exumação de Franco

O Conselho de Ministros aprovou a transladação dos restos do ditador e, caso a família não se pronuncie,”o governo decidirá para que lugar digno e respeitoso se transferem os restos de Franco”

“A democracia não e compatível com um túmulo que honra a memória de Franco”, disse Carmen Calvo, ministra da Presidência e da Igualdade, no final do Conselho de Ministros onde foi aprovada a exumação dos restos do ditador Francisco Franco, que até agora estava sepultado no Vale dos Caídos, um monumento às vítimas da guerra civil espanhola.

O governo aprovou um documento que modifica dois aspetos da lei de memória histórica de 2007. "A exumação de Franco será feita com garantias e a família será ouvida e poderá dispor, num prazo de 15 dias após ter sido iniciado o processo, para se encarregar dos restos mortais. Caso a família discorde ou não indique nenhum lugar para colocar os restos mortais de Franco, o governo decidirá para que lugar digno e respeitoso se transferem os restos de Franco”, explicou ainda a ministra.

A decisão do procedimento para a exumação, assim como o aviso à família, estão previstos para a próxima sexta-feira. “Não podemos perder um só instante”, acrescentou Calvo que considera a presença do ditador no memorial como “uma falta de respeito e paz para as vítimas”.

“Não há uma só democracia no panorama internacional com a qual nos queremos comparar que tenha mantido uma situação como a que nós mantivemos durante 40 anos”, disse ainda a ministra reforçando que a decisão de transladar o corpo de Franco já foi tomada por duas ocasiões no Congresso espanhol e nas Nações Unidas.

O ditador espanhol Francisco Franco morreu a 20 de novembro de 1975, com 82 anos.