Museu Nacional do Brasil não tinha seguro por falta de verbas

O governo anunciou que vai libertar um fundo de emergência para a reconstrução de um novo edifício

A vice-diretora do Museu Nacional do Brasil admitiu esta quarta-feira que o espaço não tinha seguro sobre o património exposto e que não existia uma brigada para combater incêndios.

Segundo Cristiane Serejo, a falta de verbas foi a principal razão que levou os responsáveis do museu tanto a não contratar uma seguradora, como a não constituir uma equipa de funcionários autorizados a combater incêndios.

O incêndio que deflagrou na madrugada de segunda-feira destruiu grande parte do palácio D. João VI, onde se situava o museu, reduzindo a pó 200 anos de história.

O governo brasileiro anunciou que iria libertar um fundo de emergência para proceder à reconstrução imediata de um novo edifício para albergar o museu, assim como uma campanha para angariar fundos privados para o mesmo objetivo. "Temos recebido várias ofertas de doações, até mesmo algumas instituições estrangeiras. Vamos fazer uma campanha e vamos ser capazes de levantar o Museu Nacional com novas coleções", disse Cristiane Serejo.

A falta de verbas para a Cultura reuniu estudantes e investigadores ligados ao museu num protesto contra o presidente brasileiro, Michel Temer, que decorreu esta segunda-feira à frente do museu. Sérgio Sá Leitão, ministro da Cultura, já admitiu que “a tragédia poderia ter sido evitada”.

O Museu Nacional do Brasil era considerado o maior museu de História Natural da América Latina, e, entre as peças que se perderam, estão coleções de artefactos egípcios, greco-romanos, assim como uma coleção de paleontologia que incluía um esqueleto de dinossauro encontrado na zona de Minas Gerais e o fóssil humano mais antigo que foi descoberto no Brasil. O meteorito com mais de cinco toneladas, e que estava também exposto no museu, foi preservado e continua em frente à entrada do edifício.