UTAO. Novo Banco pesa no défice que se fixa em 1,6% no 1º semestre

Em causa está a injeção de 792 milhões no banco.

O défice orçamental em contabilidade nacional deverá ter ficado nos 1,6% no primeiro semestre. A estimativa é da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e garante que, apesar o objetivo do governo traçado para este ano não estar em risco, admite que continuam a existir ameaças. 

Os técnicos do Parlamento salientam que face ao período homólogo houve uma redução do défice de 4,6 pontos percentuais.

No entanto, o documento da UTAO lembra que o valor destes primeiros seis meses do ano é superior à meta do Executivo. No Orçamento de Estado para este ano, o governo previa um défice de 1,1% do produto interno bruto (PIB), mas esse número foi revisto para 0,7% do PIB em abril no Programa de Estabilidade. 

Um dos contributos para o défice do primeiro semestre foi a operação de capitalização contingente do Novo Banco pelo Fundo de Resolução, no valor de 792 milhões de euros, realizada no segundo trimestre. Um impacto que, segundo os peritos da UTAO, deverá ser ser diluído até ao final do ano. “O resultado orçamental do primeiro semestre não coloca em risco o cumprimento da meta anual, atendendo a que o desvio desfavorável reflete, em grande medida, o efeito da operação de recapitalização do Novo Banco”, revelam.