Rui Rio convida críticos a sair

Carlos Carreiras acusa líder do PSD de ‘bullying’ e  Abreu Amorim reforça: ‘É um chefe de fação’.

O líder do PSD regressou à atividade política há uma semana com um registo muito duro para os críticos internos. Ontem subiu a parada e convidou-os a sair. «Aqueles que discordam devem sair. (…)O que não é bonito? Ficar dentro do PSD a destruir o próprio partido», declarou Rui Rio, citado pela TSF.  Depois do desafio, Rio elogiou Santana Lopes,  pela frontalidade ao criar um novo partido, o Aliança: «Podemos discordar, e eu posso discordar por ele ter saído, mas há pelo menos uma frontalidade. Saiu e tem legitimidade para criticar».

Não há memória recente de um líder social-democrata ter pedido a saída dos seus críticos internos do partido, mas o presidente social-democrata arriscou e segundo um destacado militante, ouvido pelo SOL, Rio não vai parar. E só sai se tiver uma derrota muito pesada nas legislativas, como admitiu à TSF.

Perante o desafio de Rio, um dos potenciais candidatos à liderança do partido, Luís Montenegro, esteve incontactável.

Pedro Duarte, que assumiu a sua disponibilidade para concorrer à liderança do PSD, também não quis tecer qualquer comentário. 

Tal como Miguel Pinto Luz, ex-líder da distrital do PSD/Lisboa, que não esconde a ambição de ser candidato à presidência dos sociais-democratas.

Mas se os potenciais candidatos não reagiram, no PSD surgiram, de imediato, vozes críticas da posição de Rio nas redes sociais. 

O presidente da Câmara de Cascais questionou: « Mas que necessidade tem Rui Rio de permanentemente fazer bullying para os seus companheiros». 

Miguel Morgado, deputado e antigo conselheiro de Passos Coelho, acrescentou que  «o PSD não tem donos. Nem pode ser um partido de expulsões, cisões e saídas». 

Quem também não poupou nas críticas foi o  deputado Carlos Abreu Amorim, acusando Rio de ser  «um chefe de fação e não de um presidente de um grande partido democrático». 

Também José Eduardo Martins, antigo deputado e candidato à Assembleia Municipal de Lisboa, criticou a atitude de Rui Rio:  «É mau conselho. Já eu, apesar da miséria das sondagens, acho que todos somos poucos e que até o Dr. Rui Rio faz falta».

 

Provedor sem poderes

No próximo dia 12, o líder do PSD  testa a contestação interna no conselho nacional, que servirá também para aprovar a alteração de estatutos do partido.  O PSD vai ganhar um provedor do militante,  mas os seus poderes serão limitados. Qualquer decisão ficará sempre nas mãos do Conselho de Jurisdição Nacional do partido. Na lista constam ainda o pagamento das quotas «preferencialmente»  por débito direto, além de uma convenção nacional, não eletiva,  a ter lugar «de dois em dois anos».