Parlamento defende reforço no apoio psicológico para forças de segurança

O PAN referiu que neste setor profissional “a taxa de suicídios verificada atinge o dobro daquela que se regista entre a população em geral”

Todos os grupos parlamentares concordaram esta terça-feira que existe necessidade de reforçar o apoio psicológico aos agentes das forças e dos serviços de segurança. Contudo, o PSD opôs-se a um diploma do PAN sobre o mesmo assunto e o PS mostrou-se pouco recetivo.

André Silva, deputado do PAN, considerou que o Governo deve desenvolver uma "melhoria das condições de saúde mental, em ambiente laboral, nas forças e serviços de segurança, criando um programa para aumentar a resiliência psicológica dos operacionais", argumentando ainda que “neste setor profissional, a taxa de suicídios verificada atinge o dobro daquela que se regista entre a população em geral”.

Contudo, José Silvano, secretário-geral do PSD, afirmou que existe legislação sobre este tema e que o Governo “deve cumpri-la”. Assim, para o PSD, a resolução do PAN é “redundante”.

"Por essa razão, o PSD voltará a opor-se a essa iniciativa. Em 2016, o Governo assinou um protocolo com o Serviço Nacional de Saúde e o anterior executivo já tinha um plano nesse sentido", afirmou José Silvano.

Já o PS, apesar de não referir votar contra o diploma do PAN, referiu que nos últimos dois anos tem “havido progressos” no acompanhamento psicológico dos agentes de força de segurança.

O CDS-PP deixou claro que esta “é uma questão grave” e “preocupante” e, por isso, o partido não se vai opor.

A deputada do BE Sandra Cunha afirmou que”é preciso reforçar as condições de sigilo dessas consultas”, uma vez que os agentes sentem receio que as respetivas chefias fiquem a saber do sucedido.

O PCP não poupou as críticas à posição do PS e PSD.

"Ao contrário do que foi aqui dito por PSD e PS, a legislação existente é insuficiente. Estes profissionais estão sujeitos a situações que justificam medidas especiais de acompanhamento psicológico", disse o deputado António Filipe.