TAP. Tarifas para a Madeira em “linha com as da concorrência”

Antonoaldo Neves negou discriminação da RA Madeira, pediu investimentos no aeroporto de Lisboa e desvendou aumentos salariais

37 voos cancelados é o balanço de Antonoaldo Neves, presidente executivo da TAP, entre 28 de agosto e 11 de setembro. Supostos “problemas com a infraestutura” no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, serão a base do problema. 

Ouvido esta quinta-feira na audição na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, requerida pelo PSD, PS, e BE, Antonoaldo Neves afirmou que a falta de pontualidade no aeropotro da capital é um desafio para a TAP, uma vez que as ligações são postas em causa e a confiança dos clientes na companhia àerea se perde e apelou a um maior investimento na Portela.

O presidente executivo da companhia aérea portuguesa deixou várias criticas como a falta de estacionamento para aviões, as limitações no taxiway ou a “saída rápida da pista 3/21”.

Confrontado com diversas questões em torno dos cancelamento de voos e suposta discriminação da região autónoma da Madeira, Antonoaldo explicou que 65% dos cancelamentos teve como principal motivo o vento forte e deixou ainda claro que a TAP cancela menos voos para a Madeira do que para qualquer outro destino, “em agosto, o cancelamento foi menos de 1%”.

O CEO deixou claro que a companhia portuguesa reforçou os assentos para a Madeira, citando o acréscimo de 11,7% que corresponde a um aumento de 615 mil passageiros face ao período homólogo.

No que diz respeito às condições de tempo, a discussão foi acessa, mas o presidente deixou explicito que só aterra em aeroportos em que o vento esteja de acordo com o que considera seguro para passageiros e tripulação, respeitando limites que passam pelos fabricantes dos aparelho e dirigentes de companhias.

“Não abrimos mão da segurança”, afirmou.

 O preço dos bilhetes foi também uma preocupação demonstrada pelos deputados que alertaram para o facto dos habitantes da RA Madeira não terem nenhum outro meio de transporte que não o avião e acusaram a TAP de praticar preços a rondar os 400 e 500 euros.  

Antonoaldo não concordou e antes de explicar que os preços dos bilhetes para o Funchal estão em linha com os da concorrência e que nos primeiros oito meses do ano, 78% das viagens custaram menos de 195 euros, tentou mesmo marcar uma viagem no telemóvel para comprovar a afirmação. 

Quando questionado sobre a hipotese de cancelamento por questões comerciais, Antonoaldo convidou “todos os deputados a irem comigo às 8h da manhã ao centro de controlo de operações da TAP para perceberem as razões que levam aos atrasos ou voos cancelados”.

Em relação à construção do aeroporto do Montijo, Antonoaldo Neves é a favor de uma nova infraestrutura por forma a combater a enchente no Humberto Delgado, mas deixa claro que não o irá utilizar para proteger os voos de ligação.

 Aumentos salariais

No Parlamento, o presidente desvendou o acordo com os sindicatos para o aumento salarial de 15% por ano, algo “nunca antes visto”, até 2023. Antonoaldo falou sobre a importância da paz social no sentido de evitar greve e criar bases para os próximos desafios.