Zara acusada de copiar bordados tradicionais mexicanos

As mulheres de Aguacarenango temem que a venda de uma peça plagiada com os bordados típicos pode afetar a economia da comunidade

Um grupo de artesãs mexicanas está a acusar a marca de roupa Zara de plágio. Em causa está uma camisola da nova coleção que as mulheres acreditam ser uma cópia dos bordados tradicionais da comunidade Aguacarenango, no México.

Para além de apresentar bordados muito semelhantes, a empresa da Inditex está a vender o artigo por mais de 25 euros, o que representa o triplo do preço do que as artesãs vendem.

A denúncia foi feita pelas artesãs em conjunto com a Organização Não Governamental Impacto. "Há dois anos veio cá um grupo de chineses que nos exigiu muito trabalho e pagou muito pouco. Vieram apenas duas vezes e não apareceram mais", disse Maria Méndez , uma das mulheres da comunidade, ao Eldiario.es. Também as imagens partilhadas nas redes sociais podem ter ajudado ao plágio da conhecida marca de roupa.

Este artigo da marca espanhola pode ter um grande impacto na economia da comunidade Aguacarenango. "As pessoas podem deixar de nos comprar roupa porque vão encontrar um produto semelhante numa loja. Este é o principal sustento das nossas famílias", explicou a mulher que considera que esta usurpação "é uma falta de respeito porque esses bordados são dos nossos antepassados. Trata-se de uma tradição. Não é justo que a copiem".

A Inditex, contactada pela publicação espanhola, recusou a comentar o assunto. Não é a primeira polémica que envolve a empresa de retalho. Ainda em 2016 a BBC denunciou o trabalho precário de crianças refugiadas sírias na Turquia nas fábricas da marca.