Braga reage à investigação do MP por suspeitas de ‘saco azul’

O clube está a ser investigado pelo Ministério Público no seguimento de uma denúncia. SAD desmente acusações.

De acordo com o Jornal de Notícias, o Ministério Público está a investigar um alegado ‘saco azul’ no Sporting de Braga que tinha como objetivo esconder práticas ilícitas. 

Entre as referidas práticas encontram-se 13 faturas falsas, comissões de transferências de jogadores, pagamento para encobrir o silêncio do guarda-redes Cássio e um casal de bruxos, entre outras rubricas.

Entretanto, o Sporting de Braga já reagiu através de um comunicado onde informa que em junho apresentou queixa-crime contra o antigo diretor geral João Gomes "por factos praticados contra esta e que levaram ao seu despedimento."

"A essa queixa-crime a SAD apensou a listagem dos factos falsos e infundados que constam da tentativa de extorsão do Sr. João Gomes a esta sociedade, pelo que o Ministério Público tem em sua posse, desde o início de julho e por iniciativa do SC Braga, tal documentação", garante o Sp. Braga.

Eis o comunicado do Sp. Braga na íntegra

"A notícia publicada este domingo pelo Jornal de Notícias (JN) e que visa o SC Braga exige uma comunicação formal aos associados e aos acionistas.

No início de julho, a SC Braga, SAD apresentou uma queixa-crime, ao Ministério Público, contra o Sr. João Gomes, por factos praticados contra esta e que levaram ao seu despedimento (Processo Nº 2052/18.8T9BRG – 3ª Secção DIAP Braga).

A essa queixa-crime a SAD apensou a listagem dos factos falsos e infundados que constam da tentativa de extorsão do Sr. João Gomes a esta sociedade, pelo que o Ministério Público tem em sua posse, desde o início de julho e por iniciativa do SC Braga, tal documentação. Nenhum responsável do Clube ou da SAD foi, desde então, inquirido sobre o processo ou os elementos que dele constam.

Ao incluir na queixa apresentada os elementos utilizados pelo seu antigo Diretor Geral na tentativa de retirada de vantagem pessoal, o SC Braga expôs-se à publicitação dos mesmos, considerando porém que tal esclarecimento é de importância extrema para a condenação da conduta praticada pelo Sr. João Gomes. Cabe pois ao Ministério Público a cabal clarificação deste episódio lamentável e sobre tal investigação, que decorre da queixa-crime contra o antigo Diretor Geral, não serão feitos, nesta fase, quaisquer outros comentários.

À margem deste processo, recorde-se, decorre a ação laboral (2317/18.9T8MTS), que verá o seu julgamento iniciar-se a 1 de outubro, e à qual o SC Braga também anexou os documentos considerados relevantes, disponibilizando-se desde a primeira hora para toda e qualquer colaboração que permita esclarecer sobre a chantagem levada a cabo contra a SAD e sobre a gravidade das suas infundadas acusações.

É claro, para a Direção do SC Braga e para o Conselho de Administração da SAD, que a estratégia do antigo Diretor Geral passará por disputar no campo mediático aquilo que não tem sustentação na esfera jurídica, tendo como único propósito a intoxicação da opinião pública, independentemente de com ela se arrastarem danos reputacionais para o Clube e para a Sociedade Desportiva.

Perante tal estratégia, de quem se move por questões pessoais e por uma ambição de poder a qualquer custo e seja onde for, a este Conselho de Administração e a esta Direção restam dois caminhos:

– Apresentação dos resultados da auditoria externa aos últimos três exercícios da SC Braga, SAD, a cargo da Deloitte & Associados e que tem sido acompanhada por três elementos nomeados pelo Conselho Geral, que é um órgão consultivo e autónomo da Direção. A auditoria, que foi sugerida pelo Conselho de Administração em função das suspeições levantadas, será divulgada em Assembleia Geral Ordinária da SAD e em Assembleia Geral de Associados, ambas a realizar durante o mês de outubro;

– Consecução dos processos movidos contra o Sr. João Gomes, em total colaboração com as autoridades no sentido do esclarecimento sobre a chantagem levada a cabo pelo antigo Diretor Geral e sobre a gravidade das suas infundadas acusações."