Presidente Trump na ONU: os dois vectores da doutrina “Make the World Great Again”

1.Foi mais um discurso de elevado nível do Presidente Trump perante os líderes mundiais, em plena sessão de abertura de nova sessão da Assembleia-Geral da ONU. Como sempre, e evocando um dos portugueses mais brilhante de todos os tempos – o Padre António Vieira – , a “terra não se deixou salgar”; ou seja, a…

1.Foi mais um discurso de elevado nível do Presidente Trump perante os líderes mundiais, em plena sessão de abertura de nova sessão da Assembleia-Geral da ONU. Como sempre, e evocando um dos portugueses mais brilhante de todos os tempos – o Padre António Vieira – , a “terra não se deixou salgar”; ou seja, a apreciação do discurso do Presidente dos EUA , pela generalidade dos média europeus, foi negativa, repetindo os mesmos argumentos de sempre. Desde que Donald Trump venceu a eleição em 2016 que as críticas aos seus actos e às suas palavras são invariavelmente as mesmas, independentemente dos seus méritos próprios ou do seu contexto.

Há, pois, uma verdadeira cartilha anti-Trump, que é repetida à exaustão, acentuando-se, consequentemente, a clivagem entre a realidade criada pelo poder mediático e a realidade vivida e sentida pelo povo, maxime, pelo povo norte-americano.

2.Na verdade, Donald Trump reiterou, ontem, as linhas essenciais da sua política externa, expressão de uma orientação política interna de cumprimento das promessas eleitorais por si fixadas na campanha vitoriosa de 2016: a tão justamente apelidada “America First Agenda”. A política externa da administração Trump – atendendo quer à retórica, quer à acção – pode ser condensada em dois vectores determinantes: primeiro, é pautada, tacticamente, pelo “patriotismo solidário”; segundo, é orientada, estrategicamente, pelo “multilateralismo sonhador pragmático”. Expliquemos.

Primeiro: no plano táctico, o Presidente Donald Trump é um “patriota solidário”. Afirmamos plano táctico, na medida em que as relações internacionais, pela sua volatilidade permanente e voracidade no surgimento de novos desafios inesperados, requerem a adopção de uma abordagem  suficientemente dissuasora (na prevenção) e de célere reacção (na repressão de eventuais ataques) contra ameaças externas. Externas a quê? Aos Estados soberanos, os quais são (ainda e para posteridade) os principais sujeitos de Direito Internacional Público.

Ao contrário do que é sugerido por muitos – indistintamente no debate político e na doutrina académica da especialidade -, o nosso mundo é um mundo estadualizado, ainda que globalizado; e não globalizado, ainda que estadualizado.

Em termos sucintos, demonstremos esta nossa asserção com duas premissas essenciais e que se impõem à vista de todos: 1) são os Estados que definem as condições de aquisição da cidadania nacional e, logo, dos povos que compõem a “sociedade internacional”, não havendo, destarte, uma “cidadania global”; 2) são os Estados que decidem a sua adesão aos instrumentos próprios do Direito Internacional Público (tratados, acordos internacionais…), incluindo-se aqui a adesão às organizações internacionais que compõem a denominada “organização do mundo multilateral”.

Portanto, são os Estados que decidem quem são os seus cidadãos; os povos pertencem a um Estado (não há Estado sem povo, como não há povo, sem Estado); os Estados optam se querem ou não pertencer às realidades institucionais que compõem o tão proclamado multilateralismo. Não há multilateralismos, sem Estados; mas há Estados que poderiam viver (ou conviver) bem sem multilateralismo.

 Estados há até que exploram o discurso, os procedimentos e a arquitectura jurídica do multilateralismo para potenciar os seus projectos (e ambição desmedida) unilateralistas. No fundo, que pretendem reforçar o unilateralismo por si protagonizado, dando a aparência de pertença e adesão convicta à retórica e às organizações internacionais em que se baseia o multilateralismo. É o caso paradigmático da China, que será, a médio e longo prazo, a ameaça mais premente à segurança internacional.

Ora, os responsáveis chineses estudam os potenciais aliados, detectam as suas fraquezas, exploram essas fraquezas, prometendo-lhes ajuda e amizade fraterna, infiltram-se nesses “aliados”, construindo zonas específicas de domínio, controlam o fluxo informativo sobre a realidade política e social interna – ao mesmo tempo, que juram fidelidade às regras, instituições e procedimentos do multilateralismo. Dando a ideia que é fiel às regras do mundo multilateral, a China vai construindo um unilateralismo progressivo. Cada vez menos silente; cada vez mais perigoso.

3.Daí que uma comunidade internacional forte, dinâmica, activa e comprometida com os valores (fundacionais) da liberdade e da dignidade da pessoa humana, não pode prescindir de pátrias fortes e com vitalidade. Pátrias fortes fazem forte a (politica e juridicamente) fraca comunidade internacional.

O multilateralismo mais não é (nem deve ser) do que uma concertação de esforços, de empreendimentos comuns, de cedências e compromissos entre Estados. Por isso é que a ONU é ONU – Organização das Nações Unidas.  Das Nações Unidas – não das “Nações dissolvidas” numa burocracia global, não eleita pelos povos, cuja actuação peca pela falta de transparência, pela irresponsabilidade de alguns dos seus agentes e pela pressão de lobbies internacionais (como o BDS, que pretende aniquilar o Estado de Israel). E cujos líderes muitas vezes amam teorizar sobre a democracia; mas odeiam praticá-la…

As medidas já tomadas pelo Presidente Trump – devidamente acompanhado pelo fantástico Secretário de Estado que é Mike Pompeo e a muito competente Embaixadora Nikki Haley -, justamente relembradas perante a Assembleia Geral da ONU, visam, efectivamente, secar o pântano (drain the swamp!) em que se tem convertido a ONU nos últimos anos…

Neste mundo cada vez mais perigoso, em que a Europa decidiu – numa manifestação de subserviência perante interesses económicos pouco claros – aliar-se a “Estados pária” (como o Irão), o Presidente Trump (para cumprir o seu primeiro dever – proteger o território e os cidadãos americanos, como os políticos portugueses deveriam pensar primeiro em proteger os portugueses) recuperou a doutrina do Presidente Reagan: “peace by strength”. Os EUA – como qualquer outro Estado – deve ser tão forte que não precise de recorrer à violência. Eis o caminho mais efectivo para a paz.

4.Ser patriota não significa, porém, ser egoísta ou isolacionista: tal como pelo facto de gostarmos acima de tudo da nossa família, não significa que odiemos as restantes famílias. Antes, nas nossas relações sociais, estabelecemos relações de amizade, de companheirismo, de solidariedade.

O mesmo sucede nas relações entre Estados: a defesa intransigente da Pátria não implica que se ignore ou se despreze a relevância do cultivo de relações de amizade fraternas com os nossos “parceiros de vida”, nossos “vizinhos de planeta” e com quem estamos condenados a viver neste mundo global (que não “globalista”).

Qual é, então, o papel da ONU? O de constituir um fórum de discussão aberta, de reunião e de tentativa de compromisso entre Estados soberanos. Os EUA, sob a liderança do Presidente Donald Trump, não ensinará os povos a rezar, não os intimidará a mudar as suas tradições e cultura, nem tão pouco ditará o futuro que lhes cabe, soberanamente, enquanto donos do seu destino, traçar; no entanto, tolerância e respeito não significam apatia ou abdicação de valores. Os Estados que ousarem colocar em causa a segurança de Estados aliados e dos próprios EUA, sofrerão as devidas consequências.

5.Por outro lado, se algumas elites europeias atacaram, durante anos, os EUA por intervirem em demasiada no estrangeiro, por tentarem “comprar” os quadros superiores das sociedades um pouco por todo o mundo, por mobilizarem contingentes militares por todo o globo, pese embora fossem os mesmos EUA que protegessem os países de tais elites críticas (que, já agora, alimentaram sempre o discurso anti-despesas militares no nosso continente) – parece-nos justo que os EUA exijam agora que, em troca de um retraimento estratégico, os Estados europeus passem a contribuir mais para a sua própria defesa…

Veja-se o caso de França: os EUA andaram a garantir a defesa do território francês durante décadas; não obstante, nota-se (ainda hoje!) um  anti-americanismo primário na sociedade francesa…

6.Segundo: o Presidente Donald Trump advoga um “multilateralismo sonhador pragmático”.

Multilateralismo, porque o Presidente Trump não nega o legado histórico da ONU, nem a sua importância como “fórum de princípio”; nem tão pouco ignora a importância de forjar alianças regionais, mais ou menos amplas, no quadro mais vasto de compromissos globais com os aliados dos EUA (que o mesmo é dizer, com todos os que acreditam em sociedades livres e democráticas) para concretizar os objectivos de política externa que o mundo livre impõe.

Sonhador e pragmatico, porque não se fica pela mera utopia (própria da esquerda irrealista, que em nome de fantasias assassinou milhões de pessoas em várias zonas do globo), nem pelo mero idealismo lírico (dominante nas organizações internacionais que vivem em concepções do mundo maniqueístas, politicamente manipuladas, que falam e escrevem muito bem, mas pouco fazem- perguntem aos sírios dizimados pelo regime de terror de Assad ou aos norte-coreanos e muitos outros exemplos se poderiam aqui referir….) – antes, os EUA, pela orientação imprimida pelo Presidente Trump e pelo Secretário Mike Pompeo, procurarão alcançar a paz ideal e idealizada – no mundo actual, que é o real. Que existe no plano dos factos; e não apenas no mundo dos livros, dos Tratados de Relações Internacionais e das fantasias publicadas com uma pretensa aura de cientificidade.

 Porque a paz, para os idealistas ditos globalistas, é como música numa partitura, sem execução; sabemos que ela poderá existir, mas nunca a ouviremos.

7.As relações internacionais vivem de aspirações, de sonhos – mas tais sonhos terão de ser prosseguidos com conhecimento prévio e devida consideração da realidade sobre a qual pretendemos actuar.

É, pois, em nome do sonho de paz que o Presidente Trump, pragamática e realisticamente, enfrenta o regime bárbaro dos ayatollahs iraniano, que dissemina o terror pelo mundo e oprime um povo fantástico, como é o povo iraniano.

É pelo sonho que não poderemos ceder às pressões – à atenção dos líderes europeus, com destaque para (o novo flop?) Emmanuel Macron  – do regime tirânico iraniano e deveremos, sem hesitações, apoiar a causa justa do seu povo que busca a libertação.

O povo iraniano é sensacional: já produziu dos melhores cientistas em várias áreas, como se poderá no número de estudantes iranianos que a Universidade de Aveiro, por exemplo, já acolheu (ou acolhe); as mulheres iranianas têm uma beleza invulgar e uma graciosidade singular que são forçadas a esconder, sob pena de serem brutalmente punidas; os iranianos foram, inclusivamente, considerados como dos melhores adeptos, porque mais tolerantes e animados, adeptos no Mundial de Futebol na Rússia. Contudo, a sua Pátria é uma casa de pesadelos e terror.

O dia chegará – mais breve do que se espera – em que o povo iraniano poderá respirar de novo. E o terrorismo  islâmico radical será vencido definitivamente.

8.Pense-se, ainda, na Venezuela. Um país cujo povo está a ser morto pelo socialismo. Os portugueses que estão a sofrer miseravelmente na Venezuela são, infelizmente, a prova viva de que o socialismo é sempre o problema.

 E já repararam que o “esquerda.net”, que gosta muito de insultar Israel e os EUA (sobretudo, o Presidente Trump) ,nem uma brevíssima nota publicou sobre o sofrimento dos portugueses na Venezuela?

É assim: a esquerda portuguesa entre apoiar os seus compatriotas ou apoiar os seus companheiros socialistas, escolhe sempre estes últimos. Como poderemos nós, portugueses, permitir que quem prefira condenar portugueses à morte para defender o socialismo nos governe? Registe-se que o Presidente Donald Trump foi dos poucos que condenou o regime socialista miserável da Venezuela – a Assembleia-Geral da ONU mais pareceu, assim, uma reunião magna da Internacional Socialista…

9.Finalmente, uma última nota para constatar o quão consequente é o Presidente Donald Trump. Há um ano, Donald Trump ameaçou que não iria tolerar qualquer aventura de Kim-Jung Un, em termos de desenvolvimento de programas de armamento nuclear: o “little Rocket Man” encetara, antes, a sua “suicidal mission”.

Ontem, o Presidente Trump anunciou que já muito foi conseguido – e que haverá novidades em breve sobre este feito histórico da sua Presidência. O “Little Rocket Man” transformou-se no “Little Puppet Man”, obediente a actuar de acordo com as instruções da China, por pressão (muito positiva) do Presidente dos EUA.

10.Tudo isto dito e somado, confirma-se que a eleição do Presidente Donald Trump foi o facto político mais relevante, porque mais significativo, que sucedeu ao mundo nas últimas décadas. Para a segurança mundial, a Presidência de Donald Trump tem sido bem melhor que a liderança de Barack Obama.

Fazendo “America Great Again”, Donald Trump tem conseguido (e irá prosseguir nos próximos tempos) fazer “the World Great Again”.

Porque, afinal de contas, como Donald Trump proclamou num dos seus primeiros discursos enquanto Presidente dos EUA, perante os novos aspirantes a ingressar na US Army, “America is better when we put our dreams into actions”.

Acabou o tempo da conversa inacabada e inconsequente da esquerda liderada por Barack Obama – com o Presidente Trump, o espírito da genialidade americana está de volta, também na política externa: “put our dreams into actions”, projectar os nossos sonhos nas nossas acções concretas. O mundo agradece. Make the World Great Again!

joaolemosesteves@gmail.com