Jerónimo diz ao PS que “não vale a pena enfeitar-se”

Secretário-geral  do PCP avisa socialistas que os “avanços políticos” só foram possíveis porque o partido de António Costa não tinha os votos necessários para governar sozinho.

A menos de um mês da entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2019, o líder do PCP considerou este sábado, em Loures, que é preciso "ir mais longe" nas políticas para colocar o país crescer, mas para isso o PS não pode estar "submetido às imposições da União Europeia". 

Para Jerónimo de Sousa "não vale a pena o PS enfeitar-se com alguns dos avanços que foram alcançados nestes três anos. Avançou-se, porque o PS não tinha os votos para sozinho impor a política que sempre, ao longo de quatro décadas, fez sozinho ou com o PSD e o CDS". O aviso surge numa altura em que o governo já que deverá aumentar os funcionários públicos em 2019. O objetivo inicial do executivo passava apenas pelo descongelamento de carreiras, com um ganho médio de 2,9 por cento, mas qualquer acréscimo ao valor de base salarial. 

Na passada quinta-feira, o PS assumiu que não será bem assim e o ponto de partida serão os salários mais baixos. O aumento terá um valor fixo, mas o montante ainda não está fechado com os parceiros de esquerda. Apesar dos avisos do PCP, o aumento salarial da Função Pública é a peça fundamental para a aprovação do Orçamento.