Associação acusa PAN de “total ignorância” acerca das justificações apresentadas sobre a caça à raposa

Projetos lei apresentados pelo PAN, BE e Os Verdes são debatidos hoje na Assembleia da República

A Associação Nacional de Proprietários Rurais Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPC) acusou o PAN de “total ignorância sobre as realidades rurais” e de usar “mentiras e invenções” nos argumentos que apresentou para justificar o projeto lei que prevê a proibição da caça à raposa. A associação também afirma que o Bloco de Esquerda (BE) e Os Verdes apresentaram argumentos que não correspondem à verdade nas propostas que vão ser debatidas hoje na Assembleia da República.

Em comunicado, João Carvalho, secretário-geral da ANPC, refere que os projetos “demonstram uma enorme irresponsabilidade” por parte dos partidos, refletindo “o seu cariz exclusivamente urbano e total desconsideração por quem vive nas zonas rurais”. O responsável afirma ainda que “é falso que os caçadores cacem raposas ‘à paulada’” e que “o pau usado na caça é exclusivamente usado para bater mato e silvas”.

Segundo a associação, esta é mais uma tentativa de tentar proibir totalmente a caça em Portugal. O documento refere que a caça é usada como uma ferramenta para gerir as populações naturais e se for abolida, as consequências vão ser “catastróficas” ao nível do ecossistema. Porquê? Porque a raposa “alimenta-se de um vastíssimo leque de presas animas, no qual se inclui o coelho-bravo, espécie que tem registado grandes vagas de mortalidade devido a doenças (…). Ora com cada vez mais raposas a comer coelhos, estes ficariam em risco e, por ação das raposas levar-se-ia à extinção de espécies que dependem quase exclusivamente do coelho para se alimentar” como “o lince-ibérico, a águia-imperial-ibérica ou a águia-real”, explicou o responsável.

A entidade adianta também que os caçadores reconhecem a importância que as raposas têm no ecossistema e o que estes querem fazer “é regular as populações e não exterminá-las, como querem fazer transparecer os partidos”. “Basta ver que a raposa e o saca-rabos são espécies extremamente abundantes, que são caçadas desde sempre e nunca viram a sua existência em risco”, referiu João Carvalho.

“Todos os animais têm direito a viver. Mas a existência de uns, porque em excesso e com populações desreguladas, também não podem por em causa a vida de outros e a sustentabilidade dos ecossistemas. É por isso que se caçam raposas e saca-rabos, para equilibrar os ecossistemas”, acrescentou.

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