Rui Rio defende que Azeredo Lopes não pode continuar em funções em caso de encobrimento

 Rio garante que caso fosse primeiro-ministro  “era impossível” Azeredo Lopes continuar no Governo.

Rui Rio disse, esta quinta-feira, que caso seja verdade que o ministro da Defesa sabia do encobrimento na recuperação do material furtado em Tancos, António Costa não tem condições para o manter em funções.

"A não ser que seja tudo redondamente mentira e provado que é redondamente mentira, não vejo como é que, nestas condições, um primeiro-ministro pode manter o ministro em funções", afirmou Rui Rio, citado pela Lusa.

 Rio garante ainda que, caso fosse primeiro-ministro,  "era impossível" Azeredo Lopes continuar no Governo.

"A palavra é sempre do primeiro-ministro, mas, quando eu for primeiro-ministro, nestas circunstâncias era impossível manter um ministro em funções. A não ser que isto seja redondamente mentira, mas isso é que eu tenho dúvidas", disse.

Recorde-se que, o antigo porta-voz da Polícia Judiciária Militar Vasco Brazão, um dos arguidos do caso Tancos, garantiu perante o juiz de instrução que informou o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, sobre a encenação da descoberta do material roubado de Tancos, recuperado na Chamusca várias semanas depois do assalto, avançou o Expresso.

O ministro da Defesa, confrontado pelo Expresso, inicialmente recusou-se a comentar as declarações do militar e invocou o segredo de justiça. No entanto, quando questionado sobre se foi ou não informado da operação de encobrimento, respondeu que "não".

Rui Rio acrescentou ainda que, neste momento, é “a palavra de um contra o outro” e que "todos têm o legítimo direito de duvidar se é verdade ou se é mentira". Caso se comprove que Azeredo Lopes teve conhecimento deste encobrimento, o líder do PSD garante que o ministro da defesa fez duas coisas inaceitáveis: "Não demitiu o diretor da Polícia Judiciária Militar, apesar de conhecer o que aconteceu — se conheceu -, e, por outro lado, não terá informado o primeiro-ministro daquilo que, entretanto, sabia".

Vasco Brazão chegou a Portugal, na segunda-feira, vindo da República Centro-Africana, onde estava em missão, e foi detido.