Ex-chefe de gabinete do ministro Azeredo Lopes diz que não soube de qualquer encobrimento

O ex-chefe de gabinete do ministro Azeredo Lopes disse ainda estar “disponível para ser ouvido, no âmbito deste processo”.

António Martins Pereira, ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa, revelou esta quinta-feira que recebeu em novembro o coronel Luís Vieira e o major Brazão, mas afirma que nunca percebeu qualquer "indicação de encobrimento de eventuais culpados do furto de Tancos".

“Cumpre-me informar, em abono da minha honra e da verdade dos factos, que efetivamente recebi o Sr. coronel Luís Vieira [diretor da Polícia Judiciária Militar] e o Sr. Major Brazão [porta-voz da Política Judiciária Militar], no meu gabinete, em novembro de 2017", referiu o tenente-general António Martins Pereira, citado pela Lusa, acrescentando ainda que "nessa ocasião ou em qualquer outra", não lhe "foi possível descortinar qualquer facto que indiciasse qualquer irregularidade ou indicação de encobrimento de eventuais culpados do furto de Tancos".

O ex-chefe de gabinete do ministro Azeredo Lopes disse ainda estar “disponível para ser ouvido, no âmbito deste processo”.

Recorde-se que, o antigo porta-voz da Polícia Judiciária Militar Vasco Brazão, um dos arguidos do caso Tancos, garantiu perante o juiz de instrução que informou o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, sobre a encenação da descoberta do material roubado de Tancos, recuperado na Chamusca várias semanas depois do assalto, avançou o Expresso.

O ministro da Defesa, confrontado pelo Expresso, inicialmente recusou-se a comentar as declarações do militar e invocou o segredo de justiça. No entanto, quando questionado sobre se foi ou não informado da operação de encobrimento, respondeu que "não".