Combustíveis voltam a aumentar e atingem máximos de há cinco anos

A partir de amanhã, abastecer nos postos nacionais fica bem mais caro. A gasolina dispara para 1,60 euros e o gasóleo para 1,42 euros

A semana começa com más notícias para os condutores portugueses. O preço dos combustíveis volta a subir e de forma acentuada. O gasóleo fica três cêntimos mais caro, com o preço do litro a subir para 1,42 euros. Já a gasolina sobe mais dois cêntimos e dispara para os 1,60 euros. Em ambos os casos, os aumentos em questão significam máximos que já não eram alcançados desde 2013.

Na base destes agravamentos está, sobretudo, a evolução da cotação do petróleo e derivados petrolíferos nos mercados internacionais. Aliás, pode mesmo dizer-se que, na semana passada, o barril de Brent chegou a ser negociado acima dos 85 dólares, valor que representa um máximo que não era alcançado desde 2014. 

À TSF, António Comprido, secretario geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO), garante que não está previsto qualquer alívio para as empresas deste setor. “Não sou ingénuo ao ponto de pedir alívio fiscal, porque acredito que as finanças públicas não estão em condições de promover alívio fiscal, mas pelo menos não agravem e deixem-nos saber com a devida antecedência, deixem que o quadro legal esteja estável por mais tempo do que tem sido até agora”, refere, sublinhando que é imperativo que o Orçamento do Estado para 2019 tenha a “estabilidade” como palavra de ordem. 

No top 10 dos mais caros Os preços da gasolina e do gasóleo em Portugal tem sido um tema de conversa recorrente – muitos queixam-se dos preços praticados no país e a verdade é que parece haver cada vez mais motivos para isso. Em maio deste ano, a plataforma GlobalPetrolPrices.com recolheu dados relativos aos preços da gasolina em vários países do mundo e realizou um ranking. Portugal aparecia em destaque, no 10.º lugar na lista dos países com os preços mais elevados – o valor médio é de 1,58 euros por litro. A Islândia era então o país que ocupava o primeiro lugar da lista, com um preço de 1,81 euros por litro. Grécia, Itália, Hong Kong e Israel também apareciam com preços mais elevados do que Portugal. Em Espanha, o preço médio era de 1,32 euros por litro. 

Especialistas alertam Em julho, depois das reservas das maiores produtoras terem caído, vários especialistas deixaram o alerta: Está aberto o caminho para que os preços do petróleo ultrapassem os níveis recorde alcançados na última década. “Qualquer escassez de oferta provocará uma forte alta nos preços, provavelmente bem maior que a subida que levou o barril a 150 dólares em 2008”, avisam. 

De acordo com a Sanford C. Bernstein, “se a procura por petróleo continuar a crescer até 2030 e depois disso, a estratégia de devolver dinheiro aos acionistas e pouco investir em reservas acabará por ser a semente do próximo super-ciclo”. Mas há mais. Os especialistas defendem ainda que “as empresas que tiverem barris por produzir ou oferecerem os serviços para extraí-los serão as escolhas certas, pois não ficarão para trás.”

Recorde-se que o preço recorde do barril de petróleo Brent foi atingido em 2008, com o valor de 147 dólares. É importante ainda ter em conta que, quando as cotações escalaram em maio nos mercados internacionais, as subidas nos preços dos combustíveis mostraram que o ouro negro está novamente a ficar mais caro, graças também ao esforço da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que tem lutado para reduzir a quantidade de petróleo no mercado.