Ministro da Defesa visita Força Aérea com António Costa

Azeredo Lopes acompanha primeiro-ministro em visita a base aérea depois de não ter participado em cerimónias do 5 de outubro, após nova polémica sobre Tancos

 

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, não esteve presente em duas cerimónias militares no 5 de outubro, resguardado da polémica que o envolve, após a acusação do ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar de que o seu gabinete teria tido conhecimento da operação de encobrimento da recuperação das armas roubadas no paiol de Tancos. Ao contrário das celebrações do 5 de Outubro, Azeredo Lopes acompanhará esta segunda-feira o primeiro-ministro, António Costa, numa visita à Base Aérea de Monte Real e assistirá “ a diversas descolagens de aeronaves F-16 para missões de treino operacional”, conforme foi divulgado pelo Ministério da Defesa.

Azeredo Lopes negou categoricamente ter tido qualquer conhecimento da tentativa de encobrimento da recuperação do material de guerra, mas ficou numa situação de fragilidade, ao ponto, de deixar um lastro de apreensão entre deputados do PS sobre o desfecho do processo, apurou o i junto de várias fontes parlamentares. Entre os socialistas a apreensão resulta, sobretudo, da forma com o ministro geriu todo o processo, sem se conseguir impor ao evoluir dos acontecimentos.

No final das cerimónias da Implantação da República, o líder parlamentar socialista, Carlos César, admitiu aos jornalistas que se o “ministro da Defesa tiver responsabilidades nessa matéria, evidentemente, terá de tirar as devidas consequências”.O também presidente socialista defendeu, porém, que “dificilmente o ministro da Defesa pode ter responsabilidades” num caso em que o executivo “ atuou prontamente” perante um roubo de material de guerra dos paióis nacionais em Tancos.

César preferiu destacar também “que o importante é preservar as nossas Forças Armadas, a dignidade do Estado”.

Por sua vez, o primeiro-ministro reiterou a confiança em Azeredo Lopes e insistiu que “ falta muita coisa esclarecer, desde logo a captura dos ladrões”.

Questionado pela RTP sobre a ausência do ministro da Defesa nas comemorações do 5 de Outubro, António Costa respondeu: “Possivelmente está em casa. Também tem direito a gozar o feriado”.

Em Belém, a ordem é para fazer declarações com cautela e o presidente da República refugiou-se na “investigação em curso”  para não acrescentar mais nada, depois de ter pedido o apuramento de toda a verdade.

Assim, Marcelo Rebelo de Sousa remeteu um juízo final após as conclusões do processo criminal que ainda decorre.