Depois do incêndio, já há terrenos à venda no Parque Natural de Sintra-Cascais

O incêndio deste sábado queimou 485 hectares do Parque Natural Sintra-Cascais

Depois do incêndio que este sábado consumiu cerca de 485 hectares do Parque Natural Sintra-Cascais, no concelho de Cascais, já existem placas de “vende-se” nos terrenos das áreas ardidas.

O caso foi denunciado pelo presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras: "Temos evidências que nos mostram que, desde domingo, já há placas a indicar a intenção de venda de terrenos ardidos. As placas são novas e estão colocadas em árvores ardidas. O município vai exercer o direito de preferência, consignado na lei, nas transações onerosas que possam acontecer no parque natural", disse o autarca ao Diário de Notícias.

No entanto, Carreiras, que foi eleito pelo PSD, avança com um programa para a reflorestação das áreas, chegando a colocar a “hipótese de evoluir para expropriações". Caso os proprietários não cumpram as regras para a reflorestação “será feita posse administrativa da mesma maneira que se faz quando um edifício não é mantido pelos seus proprietários”.

"Vamos proceder ao corte das árvores ardidas que vão ser deixadas no terreno para servirem de barreira de contenção das terras quando vierem as chuvas", explica Carreiras.

Apesar de a zona ardida já ser objeto de várias restrições devido ao Plano de Ordenamento do Parque Natural Sintra-Cascais e ao Plano Diretor Municipal de Cascais, Carreiras assinou esta segunda-feira "um despacho que reforça a restrição e inibição de construção nas áreas ardidas, mesmo tendo em conta o Plano de Ordenamento do Parque e o Plano Diretor Municipal".

O incêndio que deflagrou este sábado pelas 23h00 foi o maior fogo dos últimos 52 anos, tendo consumido 485 hectares do parque natural. 21 pessoas ficaram feridas, tendo dez sido assistidas em hospitais.