FC Porto. Prejuízo de 28,4 milhões e revelação sobre Herrera

A SAD dos azuis-e-brancos garante, ainda assim, que o resultado “respeita o compromisso assumido com a UEFA”

A SAD do FC Porto apresentou um resultado líquido negativo de 28,4 milhões de euros, relativo ao exercício de 2017/18, mas garante que os números "respeitam o compromisso assumido com a UEFA no caminho para o equilíbrio nas suas contas de exploração". Este valor, de resto, representa uma melhoria de 6,8 milhões de euros face ao exercício anterior, no qual o prejuízo se havia cifrado nos 35,3 milhões.

"O FC Porto tem uma imagem na UEFA de cumpridor rigoroso. A monitorização continuará a partir daqui [exercício de 2018/19], mas será um orgulho para ambas as partes que tenhamos atingido o objetivo antes do que era o período traçado", afirmou Fernando Gomes, administrador da SAD portista para a área financeira, durante a apresentação do Relatório e Contas, revelando que os dragões prevêem antecipar em um ano o fim do acordo estabelecido com a UEFA, no âmbito das regras do fair-play financeiro e justificando-o com o aumento das receitas das provas da UEFA e a entrada em vigor do novo contrato de direitos televisivos rubricado com a Altice: "O que está previsto nas nossas contas para atingirmos esses resultado é chegarmos aos oitavos de final da Liga dos Campeões, pelo que esperamos alcançar entre 67 e 70 milhões de euros. Por outro lado, passará a ser contabilizado apenas neste exercício – e não nos anteriores, como sucedeu com os dois principais competidores do FC Porto no campeonato nacional – o acordo que estabelecemos com a Altice para efeitos televisivos."

Para efeitos do acordo celebrado com a UEFA, todavia, contam apenas 17,2 milhões deste prejuízo, pois os restantes 11,2 milhões respeitam a custos que aquele organismo não considera. Neste exercício, os dragões podiam apresentar um resultado negativo até 20 milhões – no próximo, já terá de ser inferior a dez.

Em termos de transações de jogadores, o FC Porto registou um aumento de 21 por cento em relação ao ano fiscal anterior: saltou para os 50,02 milhões de euros, referentes às vendas de Diogo Dalot (Manchester United) por 22 milhões de euros, Ricardo (Leicester) por 20, Boly (Wolverhampton) por 12 e Indi (Stoke City) por 7,7. Já no que toca aos custos com pessoal, que passaram dos 73,2 milhões para os 78,8, Fernando Gomes justificou os números com a conquista do campeonato: "Devido aos pagamentos de prémios de toda a gente, os encargos com o plantel subiram seis milhões de euros."

No mesmo evento, Pinto da Costa, presidente portista, revelou que o capitão Herrera, cujo contrato expira no fim desta temporada, terá exigido seis milhões de euros para renovar. "Se tivéssemos vendido ou vendêssemos, como só temos parte do passe, não seria tudo… [mais-valias para o FC Porto]. Se pagássemos o que ele queria para a renovação, que eram seis milhões de euros, nós pagávamos tudo. Mas se vendêssemos, tínhamos de distribuir ", disse o líder portista, quando questionado sobre as situações do médio mexicano e também de Brahimi.

Sobre o mesmo tema, Fernando Gomes desvalorizou uma possível saída dos jogadores sem que daí advenham mais-valias para o clube. "Para efeitos contabilísticos, é rigorosamente indiferente. Para ter feito as mais-valias desses jogadores, teríamos de lhes ter aumentado muito o vencimento – e isso teria sido um custo já hoje, não era amanhã – e, provavelmente, dar-lhes prémios de renovação. Ainda por cima, os jogadores que estão cá há muitos anos já estão 'a custo zero'. Ou seja, um Brahimi ou um Herrera, se estão em fim de contrato, significa que já amortizámos completamente o valor pelo qual os adquirimos. Portanto, em termos contabilísticos é rigorosamente indiferente. Em termos financeiros pode não ser, mas isso é outra história…", sentenciou o administrador da SAD azul-e-branca.