ONU está “profundamente preocupada” com violência nas eleições do Brasil

“Condenamos qualquer ato de violência e pedimos investigações imparciais, efetivas e imediatas sobre tais atos”, afirmou a porta-voz da ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) demonstrou-se "profundamente preocupada" com o clima de violência fomentado pelas eleições brasileiras e apela aos líderes políticos do país que condenem os atos violentos.

“Pedimos aos líderes políticos e aqueles com influência, que condenem publicamente qualquer ato de violência durante esse período eleitoral delicado, e a chamarem todos os lados para que se expressem de forma pacífica e com o total respeito pelos direitos dos demais”, apelou hoje a porta-voz da ONU, Ravina Shamdasani, em comunicado.

"Condenamos qualquer ato de violência e pedimos investigações imparciais, efetivas e imediatas sobre tais atos", afirmou a porta-voz. De acordo com Ravina Shamdasani, "o discurso violento e inflamatório destas eleições, especialmente contra LGBTs, mulheres, afro-descendentes e aqueles com visões políticas diferentes, é profundamente preocupante, especialmente tendo em conta os relatos de violência contra tais pessoas".

De acordo com o comunicado emitido pelo Alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a situação que se vive de momento no Brasil é considerada “delicada” pelos organismos internacionais, tendo já sido pedidas investigações aos crimes que registados neste período eleitoral.

Dois dos casos mais marcantes neste período foram o ataque à faca ao candidato Jair Bolsonaro, que venceu a primeira volta das eleições, ao professor de capoeira que foi assassinado por ter dito, depois de sair das urnas, que tinha votado no PT, no passado domingo.

Este acontecimento suscitou várias perguntas e o próprio Jair Bolsonar foi questionado sobre o assunto. O candidato descartou a responsabilidade respondendo: "A pergunta deveria ser invertida. Quem levou a facada fui eu. Se um homem que tem uma camisa minha comete um excesso, o que tem isso a ver comigo? Eu lamento, e peço às pessoas que não pratiquem isso, mas eu não tenho controlo".