Partidos reagem à demissão de Azeredo Lopes

BE e PCP pedem respostas sobre o caso de Tancos e CDS diz que demissão é “tardia e inevitável”

Partidos reagem à demissão de Azeredo Lopes

O Bloco de Esquerda foi o primeiro a reagir à demissão de Azeredo Lopes, anunciada esta sexta-feira. Catarina Martins reforça que “continua a haver muitas perguntas por responder” sobre o caso do roubo de armas de Tancos.

“A demissão não é a única resposta política”, disse a coordenadora do Bloco de Esquerda à saída do Centro de Refugiados de Lisboa onde se reuniu com um grupo de migrantes.

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, defendeu que “é preciso conhecer os fundamentos de tal decisão”, porque “não conhecendo os fundamentos, este é um problema do ministro da Defesa e do primeiro-ministro”.

Já António Filipe, deputado comunista, disse, nos Passos Perdidos da Assembleia da República, que o partido regista que, “da avaliação que fizeram, o ministro da Defesa e o primeiro-ministro, chegaram à conclusão que o ministro não tinha condições para continuar em funções”. O deputado lembrou que “há muito que o PCP considera importante o esclarecimento político e criminal” do que aconteceu em Tancos sublinhando que “está agendado um inquérito parlamentar sobre este assunto que seguirá os seus trâmites”.

Pelo CDS, que tinha vindo a pedir a demissão do ministro, João Almeida, porta-voz dos centristas, considerou a demissão “tardia e inevitável”. “É tardia porque se percebeu, desde o momento em que o agora ex-ministro da Defesa desvalorizou aquilo que se passou em Tancos, que era impossível manter em funções um ministro que perante um ato tão grave tinha tido uma reação tão despropositada”, disse o deputado. “Ninguém neste país percebe que tanto tempo depois, o ministro se demita”, rematou.

João Almeida defende ainda que a demora na demissão provocou não só um “desgaste” na imagem de Azeredo Lopes e do governo, mas também uma “degradação que houve da instituição militar”.

Rui Rio, líder do PSD, foi o último a reagir considerando que a situação do ministro “era insustentável independentemente de se verdade ou mentira que sabia o que se tinha passado”.

"Se houvesse mais sentido de Estado esta situação já tinha sido resolvida há mais tempo. Como se costuma dizer mais vale tarde do que nunca. A nota diz que o ministro apresentou a demissão de uma forma que não permitiu que não fosse aceite, teve sentido de Estado, que tem de ser atribuído a este ministro. A responsabilidade do caso depende do que vier a ser descoberto”, disse o líder do PSD numa conferência de imprensa marcada para reagir à demissão da Azeredo Lopes.

Ao ser questionado sobre a relação entre a demissão e o Orçamento do Estado, Rio mostrou-se surpreendido com essa possibilidade. "Sai por não ter condições, espero que não seja por razões táticas relacionadas com o Orçamento de Estado”, disse

 

Atualizada às 19h37