Em Portugal, são as crianças até aos 2 anos de idade que mais apps utilizam

Estudo diz que 51% das crianças com menos de oito anos usam aplicações em dispositivos eletrónicos.

São dados de um estudo recentemente feito, e indicam que as crianças que mais aplicações utilizam têm até dois anos de idade e que os pais são os primeiros a darem dispositivos eletrónicos para as suas mãos.

Mas há mais. A maioria das casas portuguesas, cerca de 90%, tem ligação à internet, “smartphones, computadores portáteis ou tablets”, pelo menos é o que revela o estudo “Happy Kids: Aplicações Seguras e Benéficas para Crianças”, do Católica Research Centre for Psychological, Family and Social Wellbeing (CRC-W), da Universidade Católica Portuguesa, citado pelo jornal Público.

O estudo vai ser apresentado hoje em Lisboa, e para a sua realização foi feito um inquérito – através da plataforma Pumpkin – a 2.677 pais, que foram questionados sobre a utilização da tecnologia por crianças entre os 0 e os oito anos de idade.

Dos 2.677 inquiridos, apenas 1.986 respostas foram consideradas válidas e utilizadas para efeitos deste estudo.

De acordo com as respostas dadas, foi possível concluir que quase 600 pais admitem que deixam os filhos usar dispositivos eletrónicos com ligação a várias apps nos restaurantes; 490 admitiu que o faz m casa, por necessidade de trabalhar ou de fazer tarefas domésticas r 99 dos pais garante que as apps são usadas apenas quando precisam de acalmar os filhos, por exemplo, na sequência de uma birra.

No entanto, apesar do reconhecimento por parte dos pais de que as aplicações trazem consequências negativas no que diz respeito à atividade física – 854 -, ao sono – 702 – e à sociabilidade – 616 -, 427 dos inquiridos afirmam que os dispositivos apenas servem para fazer “atividades educativas”. Além disso, os pais inquiridos para o estudo consideram que o uso permite aos filhos adquirir determinadas competências, sobretudo em ambientes escolares.

No que diz respeito às coisas negativas que as apps trazem, o que mais desagrada os pais, é o facto de estas não serem apropriadas para as crianças  (544), de serem um hábito que vicia (424), de poderem ser violentas (422), de permitirem a diversão das crianças sem que estas aprendam alguma coisa (400) e de as deixarem mais aceleradas e excitadas (337). Tudo isto porque, de acordo com os pais, as crianças preferem aplicações de ação e aventura, assim como vídeos e quebra-cabeças.