Chiado Grupo Editorial celebrou 10 anos em lançamento de Antologia de Poesia

O X Volume da Antologia de Poesia “Entre o Sono e o Sonho” foi lançado, este Domingo, no Convento São Francisco, em Coimbra. O Grande Auditório encheu, numa tarde que celebrou a audácia dos 1010 autores que integram esta edição, assim como a persistência de um grupo editorial que ousou enfrentar o «impossível».

Em 2008, Gonçalo Martins lançou o primeiro volume da Antologia de Poesia “Entre o Sono e o Sonho”. E, segundo relembra o próprio fundador do Chiado Grupo Editorial, a sessão decorreu num «bar de jazz, em Santa Apolónia [Lisboa], em ambiente quase familiar». Embora o movessem muitos sonhos, o CEO estava longe de imaginar que, 10 anos mais tarde, se cruzaria com o jovem André Correia da Cruz e, desta feita, no palco do Grande Auditório do Convento São Francisco, em Coimbra.

O X Volume da Antologia de Poesia “Entre o Sono e o Sonho” foi lançado, este Domingo. E um dos 1010 poemas publicados é o de André que, aos 14 anos, viu o seu “Amizade Perdida” seleccionado. «Gosto de escrever poemas», partilhou o jovem, logo depois de ter recebido das mãos de Gonçalo Martins o certificado de participação. «É obviamente um orgulho», confirmou a mãe Helena Correia, até porque esta foi a segunda participação deste jovem que, além da poesia, se dedica aos contos.

Além de André e da sua família, muitos outros aceitaram o desafio lançado para, em plena tarde de Domingo, celebrarem a poesia e mais um aniversário do Chiado Grupo Editorial. «Não consigo imaginar comemorar 10 anos de história, sem ser com este lançamento, com tantos autores, autores publicados por outras editoras, outros que têm nesta Obra a primeira experiência de publicação e, claro, com tantos autores da Chiado, que são família e uma parte central nesta história agora com dez anos», referiu Gonçalo Martins que aproveitou para «realçar toda a importância que autores, poetas e leitores de poesia têm no mundo contemporâneo».   

Filipe Costa, director comercial do Chiado Grupo Editorial, destacou, por sua vez, o quão «especial» é o X Volume, pois realça «características que estão no ADN da Chiado desde o primeiro dia». O director comercial referiu-se, assim, ao objectivo democrático e revolucionário que tem movido este grupo editorial e que, por conseguinte, permitiu reunir, também em 2018, autores já publicados e estreantes. «Democrático pela dimensão, porque 1010 autores constituem um retrato fiel da poesia que se escreve no nosso tempo, de entre autores com maior visibilidade pública a outros que publicam nesta obra pela primeira vez. São autores com diferentes linguagens, diversos temas e escritas. Revolucionário, porque prova que um mero lançamento de um livro de poesia pode esgotar as maiores salas do país», tal como aconteceu em edições anteriores em espaços como o Teatro Tivoli BBVA, o Auditório dos Oceanos e o Salão Preto e Prata, do Casino Estoril. Para Filipe Costa, o segredo é apenas um: «esta Antologia é, em si, uma ideia apaixonante. E não há limites para o número de pessoas que uma ideia apaixonante pode mobilizar».

“Toda uma nova geração de autores que fizeram a diferença”

Ao recordar os primeiros passos, Gonçalo Martins não escondeu que muitos definiram o seu objectivo como «impossível». Queria, pois, encontrar espaço, «num mercado enfadonho e repetitivo», para todos aqueles que, como ele, almejavam dar a conhecer a sua voz, as suas palavras, a sua escrita, mas a quem não era dada oportunidade para tal. «Tínhamos muita vontade, só nos faltava experiência, contactos e dinheiro», continuou, soltando reacções numa plateia conhecedora do quão cresceu o grupo desde então.

«Dez anos depois a Chiado lançou toda uma nova geração de autores que fizeram a diferença», salientou. Foi, portanto possível. E, para reforçar que muito mais caminho há para fazer, o fundador e antólogo explicou que, apesar de, na verdade, se tratar do IX volume (em virtude da não publicação no terceiro ano de actividade da empresa), quis avançar um número, já que o nove representa um fim de ciclo. O que se pretende é, afirmou, iniciar um «novo ciclo», sobretudo num ano que «tem sido muito marcante». «Passámos a ser um grupo editorial que integra quatro editoras e mais vêm a caminho», salientou, reforçando que o Chiado Clube Literário, em Alcântara (Lisboa), «está à inteira disposição» de quem dele necessitar, uma vez que se pretende que seja «um pólo cultural».

Gonçalo Martins, Sara Butler (atriz), Carlos M. Cunha (dos Commedia à la Carte) e Maria Cláudia Franchi (actriz brasileira e editora executiva do grupo no Brasil) deram voz a poemas publicados nesta antologia, protagonizando um dos  momentos mais marcantes e emocionantes da tarde. Foi com Miguel Torga e o seu “Aos Poetas” que finalizaram a homenagem a todos aqueles que, actualmente, insistem e persistem na escrita de poesia. A tarde foi, ainda, enriquecida pela presença de um trio de jazz, com João Freitas (guitarra), João Cação (contrabaixo) e Guilherme Melo (bateria).

O Chiado Grupo Editorial é a maior editora do mundo em Língua Portuguesa em volume de obras publicadas. Ao celebrar, em 2018, 10 anos, o Chiado Grupo Editorial confirma que mais do que uma missão, publicar livros é a paixão que move toda a equipa.