Rio diz que PS fez este Orçamento para ir em ‘posição confortável’ para as eleições

Em resposta, António Costa afirma que o PSD tem de se decidir sobre o que acha do Orçamento do Estado para 2019

Rui Rio afirmou que a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2019 não serve para “projetar o futuro” do país e que é idealizado pelos socialistas para que o PS chegue numa “posição confortável” às legislativas.

“O Orçamento do Estado não tem nada a ver com o futuro que o país precisa e tem fundamentalmente a ver com o que esses partidos, nomeadamente o PS, precisam para chegar a uma posição mais confortável em outubro de 2019”, vincou o líder do PSD, quando discursava na ilha de São Miguel, na sessão de encerramento do XXIII congresso do PSD/Açores.

Para o social-democrata, nenhum das folgas orçamentais que existem são “para projetar futuro”, mas sim para garantir o presente” e “garantir o presente em 2019 é procurar garantir uma posição confortável” nas eleições legislativas de outubro.

“Este Governo não tem uma estratégia de crescimento económico sustentado, nem podia ter”, disse ainda Rui Rio, justificando tal posição com as “divergências ideológicas” do PS com o Bloco e o PCP.

Em resposta, António Costa acusou o PSD de ser incoerente, afirmando que os sociais-democratas não podem começar o debate sobre o Orçamento do Estado para 2019 sem “decidir” se consideram a proposta “despesista e eleitoralista” ou se é preciso “satisfazer todas as reivindicações”.

“Quero dizer à oposição que não pode começar o debate do Orçamento sem se decidir sobre o que acha. Porque uns dias ouvimos o PSD a dizer que este orçamento é despesista e eleitoralista e nos outros a dizer que é preciso satisfazer todas as reivindicações que nos são apresentadas, aumentando a despesa, baixando os impostos, como se fosse possível reduzir o défice desta forma”, defendeu António Costa.

O secretário-geral do PS falava à margem da comemoração do primeiro ano do partido na Câmara Municipal de Almada, onde frisou a importância da redução do défice para 0,2%. “Temos a dizer àqueles que desvalorizam a importância de reduzir o défice e a dívida que não o devem fazer, porque é graças a reduzir o défice e a dívida que o país hoje poupa 1400 milhões de euros por ano”, justificou.