Orçamento. Bloco diz a Centeno que contribuição extra no setor elétrico “arrisca-se a ser um flop”

A deputada Mariana Mortágua começou por atacar a direita a defender que “o diabo morreu”, mas acabou discurso a fazer exigências sobre o Orçamento do Estado

A dirigente e deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua iniciou a sua intervenção esta segunda-feira a atacar o passado da direita e a defender que o “ discurso do diabo morreu” e que o “medo já não mora aqui”. Mas o discurso do Bloco de Esquerda não se ficou pelas críticas ao PSD e ao CDS.  As criticas bateram em três pontos: a preocupação com o défice, a proposta “modesta” do executivo sobre a Contribuição Extraordinária  do Setor Elétrico (CESE) e o valor exato dos aumentos para a Função Pública.

“O senhor Ministro aposta todas as suas fichas na política do défice zero e, é claro, na sua própria credibilidade externa”, atirou Mariana Mortágua, insistindo que a próxima crise virá, por isso, o importante é acautelar que o país “soube investir para preparar o Estado Social”.

Mariana Mortágua quis ainda obter uma resposta sobre os alertas do partido para o alargamento da CESE , destinada ao setor elétrico. Para o Bloco a versão do governo “é um flop”, não ultrapassa 30 milhões de euros de receita e “arrisca-se a ser insignificante”.  Centeno não respondeu, como também não foi além do que já tem dito sobre os aumentos da Função Pública. O Bloco de Esquerda acusou o ministro de “fazer segredo da proposta de aumentos” para o setor, mas o ministro insistiu que o governo tem mais 800 milhões de euros para a despesa com pessoal na Função Pública. O executivo tem dito sempre que existem 800 milhões de euros para disitribuir entre as progressões na Função Pública e respetivos aumentos salariais. O valor de aumento será negociado com os sindicatos, mas o ponto de partida para os aumentos salariais não ultrapassa os 50 milhões de euros em 2019.