“Éramos brinquedos sexuais”. Relatório da Human Rights Watch revela histórias de abuso sexual na Coreia do Norte

Um novo relatório da Human Rights Watch conta a história de 54 mulheres que sofreram de abuso e violência sexual na Coreia do Norte. O documento refere que os abusos fazem parte do dia-a-dia das mulheres no país, e que nove em cada dez já foram vítimas.

“Éramos brinquedos sexuais”. Relatório da Human Rights Watch revela histórias de abuso sexual na Coreia do Norte

Um relatório da Human Rights Watch divulgado recentemente revela que na Coreia do Norte, as mulheres são frequentemente sujeitas a violência sexual por parte de guardas prisionais, interrogadores, polícias, procuradores e soldados.

No total foram questionadas 54 pessoas – que fugiram do país desde 2011 depois de Kim Jong-un subir ao poder – e, no documento, pode ler-se que estes abusos fazem parte do dia a dia das mulheres deste país que trabalham nos mercados negros.

Uma das mulheres que foi entrevistada para o relatório, Oh Jung-hee, referiu que as mulheres eram consideradas “brinquedos sexuais”.

O relatório demorou dois anos a ser terminado e, de acordo com a Human Rights Watch, todos os homens que se encontram em cargos de poder, atuam com “impunidade”. “Quando um guarda ou polícia ‘escolhe’ uma mulher, ela não tem outra escolha que não concordar com quaisquer exigências que ele faça, quer seja sexo, dinheiro ou qualquer outro favor”, refere o relatório.

Além disso, a organização não governamental (ONG), acredita que no país existam cerca de 80 a 120 mil presos políticos, havendo relatos de casos de “exterminação, homicídios, escravatura, tortura, violações e abortos forçados”.

À ONG, várias mulheres admitiram ter sido sexualmente agredidas quando tentavam atravessar a fronteira entre a Coreia do Norte e a China.

“Depois deste relatório, a Coreia do Norte não pode dizer que a violência sexual não existe, por isso ou mudam o tom ou resolvem o problema. Kim Jong-un pode parar isto, ele pode reforçar as leis que já existem”, declarou o diretor executivo da Human Rights Watch, Kenneth Roth, ao Guardian.