Lucros do BCP quase duplicaram para 257,5 milhões e euros

A instituição conseguiu, nos primeiros nove meses do ano, acelerar o ritmo de crescimento dos proveitos

Lucros do BCP quase duplicaram para 257,5 milhões e euros

O BCP conseguiu obter lucros de 257,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. De acordo com o anúncio feito pelo banco ontem ao mercado, pode mesmo falar-se de um acréscimo de 93,1% face a igual período do ano passado.

A instituição liderada por Miguel Maya conseguiu obter estes resultados sobretudo por causa da atividade em Portugal que acabou por ter “uma evolução muito favorável”. Isto porque só esta atividade doméstica deu um contributo de 114,9 milhões de euros, comparando com os 0,8 milhões de euros no mesmo período de 2017”.

Já a atividade internacional também cresceu e acabou por dar um contributo muito positivo. Aumentou 7,2%, de 131,3 milhões de euros nos primeiros meses do ano passado, para 140,8 milhões até setembro deste ano.

De acordo com a informação enviada pelo banco ao regulador, pode ainda dizer-se que os resultados do BCP ficam muito acima do que tinha sido previstos pelos vários especialistas. Os analistas do BPI, por exemplo, estimavam que o resultado dos primeiros nove meses do ano se fixasse nos 244 milhões de euros. Até porque o valor apresentado é muito superior aos 133,3 milhões registados no período homólogo.

A ajudar muito nas contas estiveram ainda as comissões bancárias. As receitas com comissões cresceram 3,1% para 510,1 milhões de euros, entre 2017 e 2018. Só este desempenho ajudou em 15,4 milhões na melhoria dos resultados registados pelo banco.

“Esta evolução beneficiou sobretudo do desempenho favorável da atividade em Portugal, cujas comissões aumentaram 4,4%”. Mas não só porque a evolução traduziu o “aumento quer das comissões bancárias, quer das comissões relacionadas com os mercados financeiros”. Nestes casos, os aumentos foram de 2,4% e 6,5% em comparação com que era praticado em igual período do ano passado.

Também nas imparidades o banco conseguiu registar melhorias, com “uma redução de 26,5% face aos 458,6 milhões de euros registados nos primeiros nove meses de 2017, fixando-se em 337,1 milhões de euros no mesmo período de 2018”.

Crédito em queda Importa referir que, a nível nacional, a carteira de crédito baixou 0,8%, para 37,629 milhões de euros. Ainda assim, o banco sublinha o crescimento da produção de crédito ao consumo e de crédito à habitação. Aliás, durante a apresentação de resultados, Paulo Maya aproveitou para abordar o tema da possível bolha imobiliária. “Há um conjunto vasto de investidores que querem comprar imobiliário em Portugal”, disse. Sobre os preços subirem, diz apenas que poderá ter de ser feita alguma correção, mas “não se antecipam traumas”.

 Já sobre as regras do Banco de Portugal para a concessão de crédito, o presidente do banco explicou que terão “sempre impacto”, mas também aproveitou para sublinhar que a instituição está a fazer “as coisas bem feitas” e que o impacto é “pequeno” porque já tinham “critérios rigorosos”.

Maya aproveitou ainda para reafirmar o compromisso de compensar os trabalhadores pelos cortes feitos entre 2014 e 2017.