9 de novembro. Alemanha comemora a queda do Muro de Berlim e lembra a “Noite dos Cristais”

No mesmo dia em que, há 29 anos, o muro que dividia a capital alemã caiu, os alemães lembram a noite em que um conjunto de atos antissemitas provocaram a morte de pelo menos 90 judeus

9 de novembro. Alemanha comemora a queda do Muro de Berlim e lembra a “Noite dos Cristais”

Celebra-se esta sexta-feira o 29.º aniversário da queda do muro de Berlim. No entanto a história alemã tem mais celebrações neste dia 9 de novembro. A queda do último imperador e a “note dos cristais” aconteceram também neste dia.

A queda do muro que dividia a capital alemã em dois – à semelhança do mundo pós-II Guerra Mundial que se dividia entre comunismo e capitalismo – foi o mais recente dos acontecimentos que marcam este dia. Em 1989, o muro que tinha sido erguido em 1961 caiu quase que acidentalmente.

O fim da divisória entre as duas partes da cidade foi o começo do fim da União Soviética. O império russo começou a dissolver-se poucos anos depois, abrindo as portas a países como Estónia, Letónia e Lituânia.

“Noite dos Cristais”, que celebra esta sexta-feira o 80.º aniversário, foi o nome dado ao conjunto de atos antissemitas que invadiram a Alemanha, precisamente 15 anos depois da primeira  tentativa de golpe de Estado, encabeçado por Adolf Hitler como líder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.

O movimento, que chegou a ser considerado uma reação espontânea ao assassinato de um membro da embaixada alemã em Paris por um judeu polaco, foi organizado pelos membros da SA, das SS e das juventudes hitlerianas.

Pelo menos 90 judeus morreram, 30 mil foram deportados para campos de concentração, marcando, segundo os historiadores, o início do extermínio dos judeus. Em 2017, 16 das placas de latão incrustadas em cubos de cimento com os dados das vítimas dessa noite foram roubadas.

Foi também  a 9 de novembro eu o último imperador alemão, Guilherme II, abdicou do poder depois de um motim na Marinha. A Alemanha, na altura estaria prestes a perder a I Guerra Mundial tendo Philipp Scheidemann assinado dois dias depois ao armistício.