Bascos querem construir frente eleitoral com galegos e catalães

A proposta foi defendida pelo coordenador-geral dos bascos do EH-Bildu, Arnaldo Otegi

O coordenador-geral do EH Bildu, a principal força política independentista basca, defendeu ontem, em entrevista ao diário “Gara”, a criação de uma frente comum de partidos independentistas às eleições europeias e espanholas.

Para Otegi, bascos, catalães e galegos devem concorrer “juntos, coordenados e sincronizados contra um Estado que acha que não é a sedução, mas a força que o manterá unido”.

O líder basco considera que uma coligação deste género tem “uma potencialidade política enorme”, tanto dentro de Espanha, “para dizer ‘respeitem as pessoas, deixem-nas decidir’”, como na Europa, “para ter uma só voz que diga que o Estado espanhol não é democrático”.

“Para nós não faz sentido este marco autonómico em que cada partido faz o seu jogo no congresso. Acreditamos que temos que ir como soberanistas e independentistas para o Congresso de Deputados”, acrescentou o líder abertzale. Na sua visão, os partidos deveriam estabelecer um acordo político com um “programa mínimo” que inclua “soluções democráticas” e “um referendo acordado”.

“Que sentido tem – pergunta-se muitas vezes – que bascos, catalães e galegos participemos cada um com a sua sigla? Por que não todos juntos, com um programa mínimo muito simples: defesa do direito a decidir, defesa dos direitos sociais, liberdade para os presos políticos?”, questiona Otegi.

O líder basco considera que se trata de uma boa oportunidade para os partidos independentistas, tendo em conta o peso que ganharam no apoio ao governo minoritário de Pedro Sánchez. “Para que o povo espanhol possa desfrutar de uma certa democracia – e limitada – necessitam dos independentistas, necessitam que somar-nos no parlamento, porque o PSOE e o Podemos não chegam”.

 

Galegos vão discutir a ideia

O Bloque Nacionalista Galego explicou este domingo em comunicado que o partido irá iniciar um debate para discutir a forma de concorrer às eleições europeias de maio e, admitiu, que em cima da mesa estará a proposta de coligação com as forças políticas “das três nações sem estado: Galiza, Euskadi [País Basco] e Catalunha”.