“Todos os poderes estão de acordo que é preciso detêr” a guerra no Iémen, afirma Guterres

António Guterres afirma que esta é uma posição partilhada por várias nações importantes, como a Rússia e os EUA

Para o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a situação de guerra no Iémen tem de terminar e as partes tem de ser convencidas de que nenhuma pode ganhar o conflito. "Hoje, todos os poderes estão de acordo que é preciso detê-la”, disse o representante da ONU.

Numa entrevista dada esta segunda-feira à rádio France Inter, António Guterres sublinhou que esta é uma posição que é partilhada pela Rússia, pelos Estados Unidos, pela Europa e por “algumas potências da região”. Por isso, continuou, “há uma oportunidade para fazer compreender aos atores diretos desse conflito (…) que finalmente é uma guerra que ninguém ganhará (…) e deve haver uma solução política".

O secretário-geral da ONU sublinha que o problema é que, "por enquanto, a coligação (liderada pela Arábia Saudita) parece determinada a conquistar Hodeida", a quarta maior cidade do país é um ponto fundamental para o fornecimento de ajuda humanitária e a sua eventual destruição seria  "uma situação absolutamente catastrófica".

Para Guterres, a situação que se vive no Iémen é “absolutamente desastrosa”. De acordo com o secretário-geral, há o risco de ocorrer “a maior fome dos últimos anos”.

A ONU está de momento a oferecer ajuda humanitária a oito milhões de pessoas, mas é um número que pode aumentar para 14 milhões no próximo ano: "Sem essa ajuda humanitária, teríamos uma fome de uma dimensão desconhecida neste século", acrescentou.