Obras na Ponte 25 de Abril vão começar “em breve”, garantiu Pedro Marques

Ministro diz que IP já investiu até setembro mais que em todo ano de 2017 e atividade na EMEF está abaixo do previsto.

As obras na Ponte 25 de Abril “começarão em breve, porventura talvez ainda antes do final deste ano”, estando a aguardar o visto do Tribunal de Contas. A partir daí, poderá “entrar em fase de obra”. A garantia foi dada pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, na audição conjunta com três comissões parlamentares para debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE 2019).

Em 20 de setembro, a Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou que as obras na Ponte 25 de Abril tinham sido adjudicadas por 12,6 milhões de euros ao consórcio composto pelas empresas Somague, Sociedade de Montagens Metalomecânicas e STAP–Reparação, Consolidação e Modificação de Estruturas – um montante inferior ao que tinha sido avançado anteriormente e que apontava para 18 milhões de euros. “As intervenções previstas incidem sobre elementos metálicos da ponte suspensa e em elementos de betão armado pré-esforçado do viaduto de acesso norte”, referiu na altura a entidade sobre as obras na ponte que liga as duas margens do rio Tejo entre Almada e Lisboa.

Investimento

Em relação ao montante já investido pela Infraestruturas de Portugal (IP), Pedro Marques garantiu que “já investiu até setembro deste ano mais do que em todo o ano de 2017”. O investimento para este ano eram 290 milhões de euros e para o próximo ano estão previstos 400 milhões.  “Vamos efetivamente reforçar muito ainda a capacidade de investimento em 2019 em relação a um ano em que a execução concreta corresponde a mais 139% do que o mesmo período do ano passado”, disse o governante.

Quanto à CP, Pedro Marques referiu que estavam orçamentados 43,8 milhões de euros, mas “não serão executados valores dessa ordem”. Ainda assim, deixou uma garantia: “estamos ainda assim a prever que no próximo ano se mantenham valores dessa ordem ou até possam voltar a subir”. 

No que diz respeito à atividade da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), o ministro reconheceu que está abaixo do previsto para este ano, e anunciou que já estão a trabalhar 30 dos 100 novos trabalhadores previstos. “Estão já 30 pessoas ao serviço e esperamos que entrem mais cerca de 60 nos próximos dias, semanas cujo processo de contratação está mais adiantado, no âmbito da EMEF”, revelou aos deputados, lembrando que o reforço de pessoal – que inclui 102 novas contratações e a regularização de 40 contratos precários nas oficinas – tem como objetivo “estancar a hemorragia de recursos humanos verificada anteriormente”.

As oficinas perderam mais de 260 trabalhadores durante os quatro anos do anterior governo numa base de 1.236 funcionários, acrescentou o ministro, que sublinhou “que sem ovos não se fazem omeletes e que a capacidade de manutenção ferroviária saiu prejudicada”. E lembrou que, com a chegada dos novos trabalhadores “há boas perspetivas para o próximo ano”, mas o Governo reconhece que, apesar de ter havido mais manutenção em 2018 em relação a outros anos, “não se chegou aos valores que se tinham previsto”.

Pedro Marques criticou também o fecho de estações dos CTT, nomeadamente em sedes de concelho, considerando ser “uma estratégia errada”, mas garantiu que “infelizmente” não tem instrumentos para agir sobre esta matéria, já que a empresa foi privatizada a 100%.