Em Portugal há regiões com escolaridade média inferior “à de países como a Colômbia, Irão ou Botswana”

Estudo aponta o Tâmega e Sousa e o Vale do Ave como as zonas com a média de escolaridade mais baixa do país

O Tâmega e Sousa é a região de Portugal em que os níveis de escolaridade e qualificação são mais baixos. Segundo um estudo levado a cabo pela Universidade do Minho, os níveis dessa zona estão abaixo de países como Colômbia, Irão ou Botswana.

“Tâmega e Sousa e Ave parecem pertencer a outro país. A escolaridade média destas sub-regiões é inferior à de países como a Colômbia, Irão ou Botswana”, destaca o estudo “Assimetrias e Convergência Regional: Implicações para a Descentralização e Desconcentração do Estado em Portugal”, apresentado esta terça-feira.

As duas regiões que aparecem no fim da tabela são o Tâmega e Sousa e o Vale do Ave em que os trabalhadores têm em média 8,2 e 8,8 anos de escolaridade, respetivamente. Quando comparado com a Área Metropolitana de Lisboa, a diferença chega a atingir três anos. A média da capital está nos 11,2 anos de escolaridade, um valor acima da média nacional, 10,2 anos.

Em Portugal 19% dos trabalhadores são diplomados, mas quando se fala apenas em Lisboa o número sobe para 26%, um valor que representa o triplo do Tâmega e Sousa (8,8%) e do Vale do Ave (8,2%).

A falta de diplomados nas áreas das Ciências, Tecnologias, Engenharia e Matemática, que no Vale do Ave correspondem apenas a 3% dos trabalhadores, “pode por em causa a competitividade futura desta região industrial e exportadora”.

Na área da Gestão, Lisboa volta a dominar a lista de diplomados, com 60%, um, valor acima da média nacional que se fica pelos 47%. As zonas do Tâmega e Sousa e do Vale do Ave voltam a não passar de um terço do da Área Metropolitana de Lisboa, ficando-se pelos 21%. A Área Metropolitana do Porto surge em terceiro lugar com 47%, sendo antecedida por Aveiro com 48%.

O Algarve foi a região que apresentou uma maior variação de população entre 2000 e 2016 tendo crescido 15%, enquanto a Área Metropolitana de Lisboa cresceu metade, 7%. A maior queda populacional foi registada no Tâmega que perdeu 17% da população.