Um quilo deixa de ser um quilo… mas continua a pesar um quilo

Os cientistas aprovaram esta sexta-feira, por unanimidade, a alteração da definição de um quilo. A partir de agora a medida tem como base a constante de Planck.

A definição de quilo mudou esta sexta-feira, depois de ter sido votada por unanimidade no final de uma semana de reuniões da Conferência Geral sobre Pesos e Medidas, no Palácio de Versalhes, em Paris.

No entanto isto não significa que um quilo deixe de pesar um quilo. A alteração tem apenas a ver com a definição do sistema métrico. Ou seja, se até aqui um quilo era identificado por um objeto físico, cilíndrico que está guardado perto de Paris, agora a medida de peso é identificada pela constante de Planck.

A partir de 20 de maio de 2019, data em que entra em vigor a alteração, a balança de Kibble, que usa a constante de Planck para medir de forma rigorosa a massa de um objeto, será o aparelho que irá calibrar o quilograma-padrão.

Esta alteração pretende afastar as definições das medidas de objetos físicos, uma vez que estes podem ir perdendo qualidades ao longo dos tempos. Por exemplo, o objeto que identifica o quilo atualmente está desde 1889 a ganhar pó, o que pode parecer insignificante mas acaba por fazer diferença quando se trata de medições milimétricas.

Ao todo, quatro das sete medidas que compõem o Sistema Internacional de Unidades viram a sua definição revista: o ampere – que mede a corrente elétrica –, o Kelvin – que mede a temperatura – e a mole – que mede a quantidade de matéria – passaram a ser definidos através de constantes da natureza. Para o ampere a definição passa pela carga elétrica elementar, para o Kelvin a constante de Boltzmann e a mole pela constante de Avogadro.

Não é a primeira vez que a definição das unidades do Sistema Internacional de Unidades são alteradas. Em 19883 o metro passou a ser definido em termos da velocidade da luz.