Ex-presidente do Peru pede asilo a embaixada do Uruguai

Alan García está a ser investigado por alegadamente ter recebido subornos da construtora brasileira Odebrecht

O antigo presidente da República do Peru, Alan García, pediu asilo à embaixada do Uruguai depois de ter sido proibido de sair do país por um período de 18 meses, uma vez que está a ser investigado por alegadamente ter recebido subornos da construtora brasileira Odebrecht. O pedido do antigo dirigente peruano foi feito este sábado à noite, depois de ser recebido pelo embaixador do Uruguai na sua residência oficial em Lima, capital do Peru.

A justiça peruana está a investigar supostos subornos que Alan García terá recebido durante o seu segundo mandato, entre 206 e 2011, para que a Odebrecht ganhasse o concurso para a construção de uma linha de metropolitano em Lima. A Odebrecht já admitiu ter pagado, ao longo de três governos peruanos, cerca de 29 milhões de dólares em subornos.

Em carta enviada ao presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez, García explana que, “como defensor das liberdades democráticas, dirijo-me ao senhor para solicitar a proteção do Uruguai, até que cesse o clima de perseguição política existente no meu país", cita a agência France Press.

O ministério das Relações Exteriores do Peru veio a público dizer que o actual presidente peruano, Martín Vizcarra, já conversou com o seu homólogo do Uruguai, esclarecendo que não existe no seu país qualquer tipo de perseguição política e comprometeu-se a enviar, não um “argumento” contra o asilo, mas as  "informações sobre o processo judicial" contra Alan García.

A solicitação feita por  García corresponde ao disposto pela Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual o Peru e o Uruguai fazem parte, cabendo agora às autoridades uruguaias avaliar o pedido.

Sob investigação estão também os antigos presidentes peruanos Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), que renunciou em março depois das denúncias de corrupção.