Pais unem-se em protesto contra episódios de violência em escola de Camarate

O último episódio de violência ocorreu na última quinta-feira

Os encarregados de educação de uma escola em Camarate, concelho de Loures, juntaram-se esta segunda-feira numa vigília contra a insegurança do estabelecimento de ensino. Em causa estão casos de violência e agressões.

De acordo com o presidente da associação de pais do agrupamento de escolas de Camarate, Ricardo Oliveira, citado pela agência Lusa, no espaço de um mês aconteceram "dois episódios graves de violência” na escola Básica 2,3 Mário de Sá Carneiro, tendo no primeiro havido "uma invasão e agressão e ameaças a funcionários".

"Tudo começou com problemas entre dois alunos, sendo que um deles é de uma família problemática. Ele chamou familiares que vieram à escola armados", explicou.

O último episódio de violência ocorreu na última quinta-feira.

"Desta vez não invadiram a escola porque os portões estavam fechados e a PSP chegou a tempo. No entanto, um contínuo levou um soco que lhe feriu o tímpano", relatou.

Os encarregados de educação referem ainda que existe falta de policiamento na zona e que os elementos da escola se segura se "têm de deslocar a pé".

"Eu e o meu marido andámos nesta escola e é inadmissível o que se está aqui a passar por interferência de adultos. Não nos sentimos seguros, nem as nossas crianças. Mas isto é muito mais do que uma questão escolar. Temos dois agentes da escola segura que têm de andar a pé por falta de viaturas e um número de agentes muito reduzido", referiu Susana Rito, encarregada de educação, citada pela Lusa.

António Pombinho, chefe de gabinete do presidente da Câmara de Loures, também participou na vigília.

"Viemos aqui em solidariedade com estes pais. É uma situação preocupante e assim que soubemos estabelecemos logo um contacto com o Comando Metropolitano. Pelo que sabemos, a PSP não dispõe de meios humanos suficientes", disse à Lusa.

O Governo garante que está a acompanhar a situação e que já pediu informações à PSP.

O Bloco de Esquerda reagiu a esta situação através de um comunicado.

"É inaceitável que a Escola Segura em Camarate tenha apenas dois elementos para sete escolas e mais inaceitável é que esses polícias se tenham de deslocar a pé", refere a nota, que garante que o BE já questionou o Governo sobre a falta de meios da PSP na União de Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação.