EUA: Trump evita acusar príncipe saudita por morte de Kashoggi

Mohammed bin Salman é acusado pela CIA. Presidente americano fala em aliado “espetacular”

Embora a CIA tenha afirmado que tem fortes indícios para acreditar que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, ordenou a morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul, Donal Trump declarou, no passado domingo, que aquele país constitui “um aliado verdadeiramente espetacular”.

Em entrevista ao “Fox News Sunday”, o presidente dos Estados Unidos diz que não ouviu a cassete áudio da morte do jornalista e descartou-se de apontar o dedo a qualquer responsável, indicando que espera um relatório da sua administração para poder fazê-lo. Ao entrevistador relembrou ainda que o príncipe herdeiro negou repetidamente estar envolvido na morte de Khashoggi.

Relutante em incriminar o membro da família real saudita, Trump relembra os empregos criados pela promessa feita pela Arábia Saudita de comprar 110 mil milhões de dólares em armas. Embora analistas de defesa americanos apontem para 14.5 mil milhões em vendas e, segundo o New York Times, os sauditas não fecharam ainda um único grande negócio de armas, desde que Trump subiu ao poder. 

Entretanto o partido Democrata está a preparar no congresso americano uma lei para punir a Arábia Saudita, travando a venda de armas nucleares americanas àquele país. Esta foi também a opção da Alemanha que já cancelou as suas exportações de armas para Riade.

Aos seus assessores o presidente dos EUA explicou que “quer que Mohammed permaneça no poder e que ele vê  os sauditas como o melhor aliado estratégico para controlar o Irão e como uma fonte fundamental de petróleo. Mohammed tem um relacionamento próximo com Jared Kushner, genro do presidente e conselheiro sénior, que ajuda a liderar a estratégia do governo para o Médio Oriente. ”, explicou fonte anónima ao “Washington Post”.