André Geraldes. “Tinha papel da ONU no Sporting”

Antigo team manager do Sporting abordou temas como o ataque à Acadmeia de Alcochete e o processo Cashball

André Geraldes esteve na noite desta segunda-feira em entrevista na CMTV para falar dos últimos tempos no Sporting, sobretudo dos últimos meses de Bruno de Carvalho no clube e no 'ataque' a Alcochete. Esta foi a primera vez que o antigo team manager do clube de Alvaldade falou desde que esteve detido, no âmbito do processo Cashball.

"Tinha papel da ONU no Sporting", referiu André Geraldes relativamente ao clima de instabilidade que se vivia no clube 'leonino', justificando que nessa altura tinha o papel de pacificar o período vivido.

O antigo team manager do Sporting garantiu que "tinha o clube de pernas para o ar" e que tinha constantemente "jogadores a querer falar com a direção".

Relativamente ao ataque à Academia de Alcochete, André Geraldes não coloca de parte que Bruno de Carvalho possa ter criado instabilidade no clube através da "comunicação". Contudo, defende que não acredita que o antigo presidente do Sporting tenha tido intervenção no 'ataque'.

"Foi meu presidente durante cinco anos. Eu penso pela minha cabeça e não a reboque de ninguém. Ele fez um primeiro excelente mandato, um excelente início de segundo mas, a partir e janeiro, as coisas não saíram tão bem. Ao nível da comunicação, provavelmente, não fez o melhor percurso. Se tem responsabilidade direta na instabilidade do Sporting? Pelo estilo de comunicação que tinha, o clima não foi o melhor. Eu quero acreditar que nenhum presidente do Sporting pudesse ter pedido para fazerem o que aconteceu em Alcochete. Cada pessoa tem a sua pasta dentro de um clube, eu tinha as minhas atenções viradas para o futebol profissional", defendeu.

Questionado se no aeroporto do Funchal não percebeu que Fernando Mendes pretendia visitar a Academia em Alcochete, mesmo após Bruno Jacinto o ter informado através de uma mensagem, o antigo team manager do Sporting garantiu que tudo isso não passa de uma "teoria".

"Essa é uma teoria que está montada. Eu estava preocupado com outros temas relacionados com o futebol. É óbvio que ninguém pudesse prever o que aconteceu na Academia. Alguma vez aconteceu isto em Portugal? Estava eu ali, no aeroporto do Funchal, como outras pessoas. Existe um comunicado da polícia que diz que é imprevisível. E com isto está respondido", disse.

Em relação ao processo Cashball, Geraldes garantiu que não é “corrupto” e que está de "consciência tranquila".

“Se sou corrupto? Obviamente que não…As provas que são públicas dá para ver que não existe referências e nem existe referências nas alegadas escutas. É um processo que está em segredo de justiça..Estou de consciência completamente tranquila. As pessoas que me conhecem sabem o valor que posso acrescentar aos projetos e aos clubes. Aguardo, com serenidade, o desenvolvimento do processo”, disse, acrescentando ainda que Bruno de Carvalho nunca lhe pediu para fazer subornos.